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Cidade do Rio de Janeiro terá escola para formação de líderes na Segurança Pública

Dezesseis autoridades brasileiras e internacionais, alinhadas sobre o palco do Teatro Municipal de Niterói, diante de um grande painel com a bandeira do Brasil iluminada, participam da XXX Cúpula do Mercocidades. À direita, um apresentador faz locução no púlpito.” Na ocasião, houve o anúncio de que a cidade do Rio de Janeiro terá escola para formação de líderes na Segurança Pública.

Autoridades da América Latina participam de agenda da XXX Cúpula de Mercocidades, no Teatro Municipal de Niterói, em cerimônia marcada pelo anúncio da futura escola regional de formação em segurança pública, na cidade do Rio de Janeiro.

Por Maria Inez Magalhães, de NITERÓI, atualização às 13h13 — A Cúpula do XXX Mercocidades, que acontece esta semana, em Niterói, determinou que a cidade do Rio de Janeiro terá uma escola para formação de líderes na área de Segurança Pública. Desse modo, a capital fluminense deve se tornar a primeira cidade da América Latina a ter esse tipo de equipamento. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) deve custear o projeto, pois já demonstrou interesse no programa.

O anúncio partiu de Rodrigo Neves, prefeito de Niterói, na reunião realizada nesta quinta-feira, no Teatro Popular, no Caminho Niemeyer, onde o evento acontece. Nesta sexta-feira (5), ele assume a presidência da Mercocidades e fará da segurança pública a prioridade de sua gestão. Nesse sentido, ele promete ainda trabalhar na busca por recursos para o desenvolvimento das cidades da América Latina que fazem parte da Rede.

Cidades vão seguir modelos que já dão certo

A XXX Cúpula das Mercocidades acontece até essa sexta-feira e reúne cerca de 500 prefeitos de cidades dos 12 países da América Latina.

“Temos conversado com o prefeito Eduardo Paes e eu tenho certeza eu esse programa (escola de líderes na segurança pública) tem que começar pelo Rio de Janeiro. O Banco Interamericano de Desenvolvimento já quer, utilizando a experiência de Niterói, desenvolver programas de cooperação com outras cidades para uma escola de segurança pública fazendo parcerias para formar gestores municipais na área”, disse o futuro presidente da Mercocidades.

Ainda de acordo com Rodrigo Neves, o projeto vai seguir o exemplo da escola de resiliência nas questões climáticas já existente na Mercodidades liderada por Niterói em outubro deste ano.

Outro exemplo será o Pacto Niterói Contra a Violência, programa que reduziu a criminalidade na cidade. Por exemplo, roubo de carros e a taxa de homicídios.

Segundo Rodrigo Neves, Niterói registrou ao longo de 2025, até esta quinta (4) 50 homicídios, enquanto o Rio de Janeiro, apenas em outubro, teve mais de 250 assassinatos. Ele defende o investimento em tecnologia pela prefeitura do Rio, como um dos pilares para redução de crimes na cidade, acima de tudo.

“Vamos aproveitar essa experiência para a segurança pública. Tenho certeza que isso vai trazer excelentes resultados para melhorar a vida das pessoas. O que não pode acontecer É o que a gente vê em muitas cidades do Rio de Janeiro, que é o domínio do território por facções criminosas onde o estado democrático de direito não chega”, disse ele, que também vai ampliar os projetos sociais com foco nos jovens niteroienses.

Além disso, Rodrigo Neves enfatizou a necessidade de disputar a juventude com o crime. Vale ressaltar que essa abordagem ocorreu no contexto de mostrar a esses jovens que existem melhores oportunidades do que aquelas que o tráfico apresenta. Principalmente, a de expectativa de vida.

“Vamos disputar cada menino, cada jovem. Dar uma oportunidade de sonhar, de construir uma nova trajetória para cada um desses jovens é, sem dúvida alguma, um dos instrumentos mais importantes de prevenção à violência”, afirmou o prefeito de Niterói.

DESENVOLVIMENTO DAS CIDADES

Além da segurança pública, uma das primeiras medidas de Rodrigo Neves como presidente da Mercocidades será buscar recursos para os municípios que fazem parte da rede.

“A gente precisa trazer as agências de cooperação internacional, como o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), o Banco dos BRICS e o BNDES para financiar o desenvolvimento das cidades”, afirmou ele.

Presente no evento, o ministro de Estado das Relações Exteriores, Mauro Vieira, destacou a importância das cidades para a construção de um futuro comum de paz.

“As cidades constituem a unidade básica da integração. É nelas que os avanços se traduzem em serviços, oportunidades, infraestrutura, direitos e qualidade de vida. O Brasil continuará comprometido com uma integração profunda, orientada às pessoas e aos seus territórios, com vistas à construção de um futuro comum de paz”, disse ele.

O prefeito de Montevidéu, Mario Bergara, destacou que as cidades são onde acontecem os problemas, mas também onde são propostas as soluções. Para ele, a participação, o diálogo e a convivência entre prefeitos e cidadãos são a solução para os problemas urbanos.

“Atendemos às necessidades da nossa gente, oferecendo bem-estar às comunidades e resolvendo os desafios do dia a dia. Isso nos une: enfrentamos questões semelhantes e buscamos soluções parecidas, sempre com democracia e participação cidadã. Nenhum de nós pode ter a pretensão, do Olimpo, os problemas das pessoas. Cada morador sabe onde estão as dificuldades, e só podemos solucioná-las juntos, com participação, diálogo e convivência. Essa, é a forma democrática de resolver”, afirmou ele.

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