Primeira Turma do STF forma maioria para manter Jair Bolsonaro em prisão preventiva

No Supremo Tribunal Federal — STF, julgamento no plenário virtual já forma maioria para manter prisão preventiva de Jair Bolsonaro, confirme votos de ministros da Primeira Turma | Gustavo Moreno/STF
Por André Freitas: De BRASÍLIA/DF, atualização às 12h31 — A segunda-feira (24) amanheceu carregada em Brasília porque a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal — STF já forma maioria para manter Jair Bolsonaro em prisão preventiva. O ex-presidente está em reclusão desde sábado (22) em uma sala da Superintendência da Polícia Federal, no Distrito Federal.
O julgamento corre em sessão virtual extraordinária da Primeira Turma, iniciada às 8h. Dos quatro membros do colegiado, três já votaram. No início do mês, o Ministro Luiz Fux pediu transferência para a Segunda Turma, deixando sua cadeira vaga.
Cristiano Zanin abriu posição firme, seguido por Flávio Dino e Alexandre de Moraes, que sustentaram a continuidade da detenção. A ministra Cármen Lúcia, última integrante do colegiado, tem até as 20h para registrar seu voto.
A análise jurídica avança enquanto o país acompanha cada movimento com atenção redobrada.
Bolsonaro paranoico
A crise ganhou novo capítulo após a tentativa do ex-presidente de violar a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda. O episódio ocorreu horas antes da prisão, mas se mostrou determinante para reação imediata da Corte. Na audiência de custódia, Bolsonaro admitiu o ato e atribuiu o comportamento a “paranoia” decorrente de medicamentos.

Bolsonaristas protestam na frente da sede da Polícia Federal, em Brasília, onde Jair Bolsonaro cumpre prisão preventiva | Valter Campanato/Agência Brasil
O relatório que determinou a prisão preventiva mencionou fatores que ampliaram a gravidade do caso. Moraes destacou que uma vigília convocada por Flávio Bolsonaro em frente ao condomínio onde o pai cumpria prisão domiciliar poderia gerar tumulto apto a facilitar fuga. Para o ministro, a combinação entre o dano à tornozeleira e a aglomeração anunciada reforçava risco concreto.
O voto reafirmou a necessidade de “garantir a aplicação da lei penal”, expressão usada pelo ministro ao sustentar que a integridade do monitoramento eletrônico havia sido rompida de forma deliberada.
A sessão prossegue ao longo do dia, sobretudo com expectativa do voto da Ministra Cármem Lúcia. Apesar de já se esperar que ela siga a ótica dos demais pares, vale ressaltar que o desfecho dessa apreciação muda a natureza da decisão. Até então, trata-se de ato monocrático, mas se tornará colegiada mediante a formação de Acórdão.
O resultado final deve definir não só o futuro imediato de Bolsonaro, mas também o tom político das próximas semanas.



























