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Polícia Federal acorda bem cedo golpistas do INSS em oito estados

Polícia Federal acorda bem cedo golpistas do INSS em oito estados

Polícia Federal acorda bem cedo golpistas do INSS em oito estados

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (9), uma nova fase da Operação Sem Desconto, voltada a desarticular um esquema nacional de fraudes em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A ofensiva conta com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e o aval do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao todo, 66 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em oito estados — São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco e Bahia — além do Distrito Federal. A ação ocorre simultaneamente, com agentes da PF mobilizados desde as primeiras horas do dia.

Segundo nota divulgada pela corporação, o objetivo é aprofundar as investigações sobre a inserção de dados falsos em sistemas oficiais, a atuação de organizações criminosas e a ocultação de patrimônio obtido com os golpes.

“A ação de hoje tem o objetivo de aprofundar as investigações e esclarecer a prática de crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa e atos de ocultação e dilapidação patrimonial”, informou a PF.

Fiscalização de bebidas combate adulteração em São Gonçalo | Divulgação/Ascom/Prefeitura de São Gonçalo

A nova etapa consiste em um desdobramento da fase inicial da Operação Sem Desconto. Deflagrada em abril de 2025, a ação revelou um dos maiores escândalos de desvios em benefícios previdenciários já identificados no país. Logo, o calcula-se  que entidades investigadas tenham descontado ilegalmente cerca de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024.

As fraudes ocorriam por meio de mensalidades associativas indevidas. Quase todas registradas sem o consentimento dos beneficiários diretamente nos sistemas de pagamento do INSS. O esquema envolvia servidores públicos e representantes de entidades de fachada, que atuavam em conluio para inserir as cobranças de forma automatizada.

Recordando

Na primeira fase da operação, seis servidores federais foram afastados de suas funções, e documentos apreendidos indicaram a existência de um fluxo contínuo de repasses financeiros a grupos empresariais e políticos regionais.

O caso provocou repercussão no Congresso Nacional e levou à criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Investigação (CPMI) destinada a apurar responsabilidades e propor mecanismos de controle mais rigorosos sobre os convênios firmados entre o INSS e entidades privadas.

Fontes ligadas à apuração afirmam que esta fase visa identificar rotas de lavagem de dinheiro e patrimônios ocultos vinculados ao grupo, incluindo transferências internacionais e investimentos de fachada em nome de terceiros.

As informações coletadas devem servir para bloqueio de bens, pedido de quebra de sigilos bancários e recuperação de recursos públicos desviados.

Com o avanço da investigação, a expectativa é que o Ministério Público Federal apresente as primeiras denúncias formais ainda neste trimestre.

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