Clubes reagem e ampliam polêmica do gramado sintético no futebol brasileiro

Clubes reagem e ampliam polêmica do gramado sintético no futebol brasileiro | Vitor Silva/Botafogo
A polêmica do gramado sintético ganhou força nesta quinta-feira, depois que cinco clubes divulgaram uma nota conjunta para defender o piso artificial em meio ao avanço das críticas de atletas, técnicos e dirigentes. A resposta tenta reduzir o impacto da pressão pública e reafirma que o modelo segue regulamentado e adotado com responsabilidade.
Clubes tentam conter pressão e defendem tecnologia
A nota divulgada por Athletico-PR, Atlético-MG, Botafogo, Chapecoense e Palmeiras buscou reorganizar o debate. Ela reforçou que os estádios com piso artificial passaram por certificações, além de seguirem regras internacionais. O movimento tenta conter o desgaste criado após declarações de jogadores e do Flamengo, que lidera a reação contra o uso do sintético.
Os clubes afirmam que o piso não causa desequilíbrio técnico. Eles destacam que o investimento mantém qualidade, reduz impacto climático e amplia o calendário de eventos nas arenas.
Flamengo eleva o tom e reacende disputa
O técnico Filipe Luís voltou a criticar o piso artificial durante entrevista no Catar. Ele afirmou que a presença de seis times com sintético no Brasileirão desvaloriza o produto e afeta a saúde dos atletas. O Flamengo reforça essa linha e pressiona a CBF para proibir gramados artificiais em competições oficiais, alegando desigualdade financeira e risco físico.
O clube já sugeriu incluir a proibição no projeto de fair play financeiro. A entidade rejeitou a ideia, mas avalia criar um grupo interno para discutir padrões mínimos para os gramados, naturais ou artificiais.
CBF prepara reação e avalia criar novos parâmetros
Com o debate ampliado, a CBF decidiu analisar a qualidade dos campos em geral. A entidade quer evitar o desgaste crescente e pretende definir um novo padrão nacional para avaliar estádios. A proposta inclui incentivos, prazos e regras mais amplas para adaptação dos clubes.
A pressão ganhou força com o engajamento de Neymar, Thiago Silva e Lucas Moura, que divulgaram uma campanha pública contra o sintético. Jogadores afirmam que o piso causa impacto diferente, altera dinâmicas de jogo e aumenta o desgaste físico.
Ampliação do sintético no Brasileirão 2026
O tema fica ainda mais sensível porque o Campeonato Brasileiro de 2026 terá cinco clubes com gramado artificial: Palmeiras, Botafogo, Atlético-MG, Athletico-PR e Chapecoense. O Vasco, por causa de obras em São Januário, também mandará jogos no Nilton Santos.
A tendência cria um ambiente novo no futebol brasileiro e transforma a disputa em um embate direto entre parte dos clubes e uma ala de jogadores que exige mudanças urgentes.
VEJA A NOTA COMPLETA
Em primeiro lugar, é imprescindível reconhecer que não existe padronização de gramados no Brasil. Ignorar esse fato e direcionar críticas exclusivamente aos gramados sintéticos reduz um debate complexo a uma narrativa simplificada, injusta e tecnicamente equivocada.
Também reiteramos que um gramado sintético de alta performance supera, em diversos aspectos, os campos naturais em más condições presentes em parte significativa dos estádios do país
É igualmente importante esclarecer que não há qualquer estudo científico conclusivo que comprove aumento de lesões provocado pelos gramados sintéticos modernos.
O tema da qualidade dos gramados é legítimo, saudável e necessário. Porém, deve ser conduzido com responsabilidade, dados objetivos e conhecimento técnico, e não com narrativas que distorcem a realidade, desinformam o público e desconsideram a complexidade do assunto.



























