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Brasil desperdiça potencial dos sistemas alimentares para reduzir emissões, aponta estudo

Brasil desperdiça potencial dos sistemas alimentares para reduzir emissões, aponta estudo | Reprodução/Agência Brasil

O Brasil tem desperdiçado o potencial dos seus sistemas alimentares para reduzir emissões de gases do efeito estufa e avançar na transição ecológica. O alerta vem do Índice de Avaliação dos Sistemas Alimentares nas NDCs, divulgado por uma coalizão internacional durante a Climate Week, em Nova York.

Um estudo internacional revelou que o Brasil desperdiça o potencial de seus sistemas alimentares para reduzir emissões de gases do efeito estufa. O levantamento, divulgado nesta quarta-feira (8), mostrou que o país alcançou apenas 6 pontos em 12 possíveis no Índice de Avaliação dos Sistemas Alimentares nas NDCs (Food Systems NDC Scorecard).

O índice mede como políticas de alimentação e agricultura estão incluídas nas metas climáticas de cada nação. Segundo os pesquisadores, o desempenho brasileiro indica baixo aproveitamento de políticas públicas voltadas à nutrição e ao clima, o que compromete a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) — compromisso firmado no Acordo de Paris.

Em 2021, os sistemas alimentares representaram 73,7% das emissões nacionais, conforme o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG). Entre as principais falhas estão a ausência de incentivos a dietas sustentáveis e a expansão da pecuária industrial, uma das atividades mais poluentes do país.

A diretora da Mercy For Animals no Brasil, Cristina Mendonça, reforça que o país tem um guia alimentar de referência internacional, mas não o utiliza como instrumento de integração entre nutrição e clima.

“Mesmo que as emissões de combustíveis fósseis fossem eliminadas agora, as do sistema alimentar por si só já comprometeriam as metas do Acordo de Paris”, alertou Cristina.

O levantamento foi realizado em seis países — Brasil, Quênia, Nova Zelândia, Suíça, Emirados Árabes Unidos e Reino Unido — e servirá de base para novas análises até a COP30, que ocorrerá em novembro, em Belém (PA).

Segundo Fabrice DeClerck, diretor científico da EAT, “a alimentação é o elo entre saúde, sustentabilidade e justiça social”. Para ele, padrões alimentares saudáveis e práticas agrícolas regenerativas são essenciais para conter a crise climática e proteger a biodiversidade.

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