Servidores da saúde realizaram um protesto nesta quinta-feira (5) em frente ao Hospital Federal do Andaraí (HFA), na Zona Norte do Rio. A manifestação ocorreu após o anúncio da municipalização do HFA e do Hospital Federal Cardoso Fontes (HFCF), medida formalizada por um acordo entre o governo federal e a Prefeitura do Rio.
+ LEIA TAMBÉM: ►Nova subvariante JN da covid-19 é detectada no Rio
Cerca de 100 servidores participaram do ato, carregando faixas críticas ao presidente Lula e gritando palavras de ordem. A mobilização foi organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social no Estado do Rio (Sindsprev/RJ).
Uma nova manifestação foi marcada para a próxima segunda-feira (09), às 10h, em frente ao Cardoso Fontes, na Zona Oeste.
Repercussão entre os trabalhadores
Cristiane Gerardo, auxiliar de enfermagem e dirigente do Sindsprev/RJ, criticou a decisão de municipalizar os hospitais federais. Segundo ela, a medida representa um “fatiamento de recursos públicos” e ocorre sem diálogo com os trabalhadores.
“Não houve consulta aos funcionários sobre essa mudança. Só somos procurados em períodos eleitorais para pedir votos. Além disso, os repasses para essas unidades ficaram congelados por uma década”, afirmou Cristiane.
De acordo com a dirigente, o orçamento do HFA é de aproximadamente R$ 130 milhões e o do HFCF, R$ 100 milhões, valores mantidos sem reajuste nos últimos 10 anos. Ela destacou que os recursos destinados à gestão municipal, de R$ 760 milhões, são significativamente superiores a esses montantes.
Anúncio oficial e mudanças previstas
A municipalização foi anunciada na quarta-feira (4) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, e pelo prefeito Eduardo Paes. O plano prevê o repasse de R$ 150 milhões ainda em dezembro, com R$ 100 milhões destinados ao HFA e R$ 50 milhões ao HFCF, para ações imediatas de reestruturação.
+ MAIS NOTÍCIAS DO RIO DE JANEIRO? CLIQUE AQUI
Segundo o projeto, as mudanças fazem parte do Plano de Reestruturação dos Hospitais Federais do Rio de Janeiro, elaborado pelo Ministério da Saúde. Além do HFA e do HFCF, outras unidades, como os hospitais de Bonsucesso e dos Servidores do Estado, também passam por reestruturações.
O plano inclui dobrar a capacidade de atendimento ambulatorial, reativar emergências e modernizar equipamentos. Também estão previstas reformas nas enfermarias, andares fechados, setores de oncologia e na cozinha do HFA, desativada há mais de 10 anos.
Impacto na capacidade de atendimento
Com as mudanças, os dois hospitais deverão realizar cerca de 500 atendimentos de emergência por dia. No HFA, a capacidade atual de 304 leitos será ampliada para 450, enquanto o HFCF, que hoje dispõe de 182 leitos, passará a ter 250.
+ LEIA TAMBÉM: ►Santuário Cristo Redentor lança campanha Natal Solidário 2024 para ajudar mães solo
O investimento permitirá a modernização dos centros de imagem, com novos equipamentos de ressonância magnética e tomografia, além do reforço em procedimentos oncológicos. O HFA prevê triplicar a realização de exames, enquanto o HFCF colocará seus dois tomógrafos em funcionamento.