
Procurado pelo FBI, egípcio ligado à Al-Qaeda é alvo de operação do CV | Divulgação/FBI
Mohamed Ahmed Elsayed Ahmed Ibrahim, de 48 anos, é egípcio e aparece na lista dos mais procurados pelo FBI. As autoridades o investigam por atuar como operador de valores da Al-Qaeda. Ele foi um dos principais alvos da operação deflagrada nesta terça-feira (3) pela Polícia Civil. A ação apura um esquema de lavagem de dinheiro que envolve o Comando Vermelho e movimentou mais de R$ 250 milhões.
Segundo o FBI, Mohamed está envolvido com o grupo terrorista desde 2013. O órgão norte-americano o classifica como “armado e perigoso” e aponta que ele participou do planejamento de ataques contra os EUA.
Dados da cooperação internacional mostram que Mohamed opera no sistema financeiro informal vinculado ao CV. Ele entrou no Brasil em 2018 com visto regular. Desde 2019, o governo brasileiro mantém diálogo com as autoridades americanas para investigar seu paradeiro e seus vínculos com organizações criminosas.
Influenciadora na mira: Vivi Noronha e a lavagem de dinheiro digital
A operação também atinge Vivi Noronha, influenciadora com milhões de seguidores e mulher do cantor MC Poze. De acordo com a Polícia Civil, ela se beneficiou diretamente de recursos da facção, que entraram em suas contas e na de sua empresa por meio de “laranjas”.
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As análises financeiras apontam que o dinheiro vinha do tráfico de drogas. Para os investigadores, Vivi se tornou figura central do esquema por legitimar o dinheiro sujo no universo digital. A Polícia Civil afirma que ela é símbolo da ponte entre o tráfico e o consumo online, ajudando a espalhar a narcocultura nas redes.
Baile, fachada e dominação cultural
Os agentes também miram Philip Gregório da Silva, conhecido como “Professor”. Ele morreu no último domingo (1º), baleado na cabeça. Apesar disso, os investigadores destacam que ele era peça-chave do esquema. O “Professor” era responsável pelo “Baile da Escolinha”, evento usado para lavar dinheiro e reforçar a presença da facção nas comunidades.
Um restaurante em frente ao local do baile também está na mira da polícia. Segundo os agentes, o estabelecimento servia como fachada para o escoamento do dinheiro do tráfico. Uma produtora de eventos ligada ao Comando Vermelho também é investigada. Ela recebia recursos ilícitos para promover festas que, além de entretenimento, funcionavam como ponto de venda de drogas e propaganda da facção.
Operação se estende ao Rio e São Paulo
A operação desta terça mobiliza agentes da DRF, DRE e do DGCOR-LD. Eles cumprem mandados de busca e apreensão em vários pontos do Rio de Janeiro e em São Paulo. Entre os alvos está a casa do casal Vivi Noronha e MC Poze, no Recreio dos Bandeirantes.
Além disso, a polícia determinou o bloqueio de 35 contas bancárias suspeitas de movimentar os valores ilícitos. Os investigadores também identificaram um segurança pessoal de Edgar Alves de Andrade, o “Doca”, como peça importante da engrenagem. Doca é chefe do tráfico no Complexo do Alemão.