A repercussão do caso da abordagem truculenta a quatro adolescentes, filhos de diplomatas do Gabão e Burkina Faso, por policiais militares da UPP Vidigal em Ipanema, na noite do dia 3 de julho, segue em alta. Nesta segunda-feira (08), os dois PMs envolvidos prestaram depoimento à Corregedoria-Geral da Polícia Militar.
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A Polícia Militar informou que a investigação sobre a conduta dos agentes está em andamento e que ambos respondem a um procedimento interno apuratório. A corporação também reiterou sua colaboração com a investigação paralela da Polícia Civil.
Na última sexta-feira (05), o Governo Brasileiro, por meio do Itamaraty, pediu desculpas formalmente aos embaixadores dos países africanos pelo ocorrido. Na ocasião, os diplomatas, pais de dois dos adolescentes abordados, foram informados de que o caso será apurado rigorosamente e que os policiais serão responsabilizados.
A investigação teve início após a divulgação de imagens de uma câmera de segurança que registrou o momento da abordagem na Rua Prudente de Morais, em Ipanema. As filmagens mostram os dois PMs saindo de um carro com armas em punho apontadas para os menores.
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Em seguida, os agentes ordenam que os jovens encostarem as mãos na parede e iniciam a abordagem. Os filhos dos diplomatas, que são negros, só foram liberados após um deles, brasileiro, informar que os demais eram estrangeiros e estavam no Rio a turismo.
Rhaiana Rondon, mãe do adolescente brasileiro abordado, compartilhou o incidente nas redes sociais e denunciou o que considera uma abordagem “racial e criminosa”. Em sua publicação, ela relata que frequenta o Rio há anos e nunca presenciou algo semelhante com seus filhos, mesmo em um local considerado seguro como Ipanema.
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No dia da divulgação das imagens, a PM informou que os dois agentes estavam usando câmeras corporais e que as filmagens seriam analisadas para verificar se houve excessos.