A Polícia Militar se manifestou sobre a onda de violência que assona Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, cujo ápice foi o espancamento de um idoso, no último sábado (2). Isto fez com que moradores locais, liderados por praticantes de artes marciais, formasse grupos paramilitares para linchar suspeitos de roubos e furtos. A tática remete ao final do século XIX e início do XX, quando o movimento do cangaço se valia de atos violentos, no Nordeste brasileiro, sob o pretexto de praticar “justiça social”.
Desde a noite da última terça-feira (5), imagens dos justiceiros, com os rostos cobertos e porretes nas mãos, à caça de possíveis criminosos começaram a viralizar nas redes sociais. Admitindo o problema existente, a Polícia Militar alertou que convocações para agressões ou perturbação de ordem pública não são maneiras adequadas de resolver ações criminosas que vêm ocorrendo em Copacabana.
“É importante que a sociedade apoie, confie e colabore com as ações realizadas pelos órgãos de segurança pública, bem como de outros atores envolvidos”, apelou a corporação.
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Além disso, a PM salientou que esse é um problema que ultrapassa a atuação somente da corporação, sendo um obstáculo de âmbito social. Destacou ainda que é de suma importância a atuação ativa de outros atores sociais e de órgãos públicos – municipal, estadual e federal.
“A legislação vigente precisa ser revista no que tange a segurança pública”, enfatizou a Polícia Militar.
A Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que continua atuando com policiamento reforçado, diuturnamente em Copacabana, trabalhando de forma integrada com as demais forças de segurança.
Ônibus 474 são escoltados e abordados
A Polícia Militar também está realizando escoltas e abordagens a ônibus da linha 474 (Jacaré – Copacabana). Em vídeos que circulam pela internet, um coletivo que operava o serviço era alvo de depredações, na noite de terça-feira, no momento em que chegava ao bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro.
Guerra social
Após uma série de recentes casos de violência na bela região de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, “justiceiros” estão se mobilizando para reagir. Através das redes sociais, um grupo de moradores planeja tomar medidas agressivas para “caçar” suspeitos de roubo e garantir a segurança dos cidadãos.
O professor de jiu-jítsu Fernando Pinduka, indignado com os acontecimentos recentes, convocou seus mais de 100 mil seguidores para se unirem a ele nessa luta. Ele pediu ajuda às academias de luta e aos lutadores da região, incentivando-os a participar do projeto de “limpeza” em Copacabana.
Tal iniciativa se revela preocupante, pois o movimento tem recebido apoio da população, que se mostra disposta a participar da ação. Comentários na postagem do professor demonstram a adesão e disposição das pessoas em enfrentar os “assaltantes”.
Idoso espancado
A iniciativa dos “justiceiros” surgiu após o brutal ataque sofrido pelo empresário Marcelo Rubim Benchimol, de 67 anos, no último domingo, agredido e roubado por um grupo de jovens em Copacabana. Câmeras de segurança capturaram o crime, o que chocou a população. Antes de agredir o empresário, os suspeitos tentaram assaltar uma mulher na região.
Além desse caso, outros episódios de violência têm assombrado Copacabana. No dia 19 de novembro, houve, na praia, o assassinato de um fã da cantora Taylor Swift. Dois acusados pelo crime estavam há pouco tempo em liberdade, após prisão provisória por furto. Também em novembro, a polícia prendeu um suspeito de roubar um casal de turistas paulistas na região.