Peritos do Mecanismo Nacional de Combate à Tortura (MNPCT) constataram violações aos direitos humanos em penitenciárias do estado de São Paulo. O órgão realizou vistorias surpresa em outubro em cinco penitenciárias, dois centros de atendimento ao adolescente, um centro de detenção provisória (CDP) e um serviço de cuidados prolongados em álcool e drogas do estado.
Segundo o relatório apresentado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) na última sexta-feira, 27, o fornecimento de alimentação nas penitenciárias foi considerado insuficiente, destacando a penitenciária Venceslau 2, em Presidente Venceslau.
O relatório parcial também aponta o fornecimento precário de alimentação na Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira (Venceslau 2), em Presidente Venceslau. Com um custo total de apenas R$ 8, a unidade prisional oferece três refeições diárias de baixo valor nutritivo. Segundo Lemos, essa quantia não é suficiente para garantir uma alimentação adequada aos detentos.
A perita também destacou a gestão inadequada do sistema de licitação para a compra das alimentações nas penitenciárias de São Paulo. Cada unidade prisional é responsável por fazer sua própria licitação, o que acaba gerando um custo mais alto e uma pior gestão dos recursos.
O Mecanismo Nacional de Combate à Tortura faz parte do Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, criado por lei federal. Composto por 11 peritos independentes, o órgão tem o poder de acessar diversas instalações de privação de liberdade, com o objetivo de prevenir e combater a tortura.
Os estabelecimentos vistoriados foram:
– Penitenciária Feminina de Tupi Paulista;
– Penitenciária Adriano Aparecido de Pieri, em Dracena;
– Penitenciária Desembargador Adriano Marrey (Guarulhos 2), em Guarulhos;
– Centro de Detenção Provisória Feminino de Franco da Rocha;
– Associação Assistencial Adolpho Bezerra de Menezes – unidade hospitalar, em Presidente Prudente;
– Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente Chiquinha Gonzaga, em São Paulo;
– Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente Casa, em São Paulo; e
– Serviço de Cuidados Prolongados Álcool e Drogas Boracea, São Paulo.
“A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) esclarece que ainda não recebeu nenhum relatório do referido órgão, preliminar ou definitivo, motivo pelo qual não comentará as alegações no momento. Esta Secretaria reafirma seu compromisso com o aperfeiçoamento contínuo do sistema prisional paulista, bem como com o respeito e a promoção dos direitos fundamentais da pessoa humana”.