
Peixes mortos na Lagoa de Piratininga preocupam moradores | Reprodução
Mais uma mortandade de peixes foi registrada na Lagoa de Piratininga, na Região Oceânica de Niterói, no último sábado (04). O fenômeno ocorreu nas proximidades da Ponte do Tibau, onde um canal conecta a lagoa ao mar.
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Nesta segunda-feira (06), muitos peixes ainda boiavam na superfície da água, gerando mau cheiro, conforme relataram moradores e pescadores da área. A situação reacendeu a preocupação com as condições ambientais da lagoa.
Histórico de problemas ambientais
Em setembro do ano passado, um episódio semelhante já havia sido registrado na Lagoa de Piratininga. Na ocasião, o ambientalista e morador Gustavo Sardenberg apontou o acúmulo de esgoto nos córregos que deságuam na lagoa como uma das principais causas das mortes de peixes. Segundo ele, a situação tem se agravado ao longo dos anos.
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Outro fator crítico é o estado de conservação do túnel que conecta a lagoa ao mar. De acordo com Sardenberg, o desmoronamento parcial da estrutura tem dificultado a troca de água e oxigênio, agravando o desequilíbrio ambiental.
“No Tibau, existe um túnel para melhorar a oxigenação e a troca de água entre o mar e a lagoa. Contudo, devido ao desmoronamento, apenas as ressacas mais fortes conseguem forçar a passagem de água. Isso prejudica ainda mais o ecossistema da lagoa”, explicou o ambientalista.
Respostas da Prefeitura e do Inea
A Prefeitura de Niterói atribuiu a mortandade de peixes a ondas de calor que aumentam a temperatura da água, reduzindo os níveis de oxigênio dissolvido. Segundo a nota oficial, o processo de assoreamento da lagoa, com camadas de lodo que chegam a 1,40 metro em alguns pontos, também contribui para o problema.
Para mitigar a situação, a Prefeitura informou que está implantando técnicas alternativas para reduzir o lodo acumulado. Os estudos contam com a participação da Universidade Federal Fluminense (UFF) e de empresas especializadas no setor.
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A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, em parceria com a concessionária Águas de Niterói, intensificou a fiscalização das residências que não estão conectadas à rede de esgotamento sanitário. A iniciativa visa diminuir o lançamento de efluentes sem tratamento na lagoa.
Além disso, a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos, com apoio da Companhia de Limpeza de Niterói (Clin) e da Associação de Pescadores e Amigos da Lagoa de Piratininga (Apalap), está removendo os peixes mortos.
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) também se pronunciou sobre o caso. Segundo o órgão, uma equipe foi enviada ao local para vistoria, e o motivo mais provável para a mortandade é o baixo nível de água, que reduz a oxigenação. O Inea afirmou que continuará monitorando a situação.