Após o vereador Fabiano Gonçalves (Cidadania) ler o ofício escrito pelo líder religioso, Paulo Eduardo criticou o pastor. O socialista afirmou que a medida visa “sumir” com pessoas em situação de vulnerabilidade social.
“Em nome de Jesus, querem enfiar o cacete em todo mundo e sumir com a população suja e viciada da rua. Tenho impressão, em determinados momentos, que se Jesus viesse a esse mundo de novo, ia entrar no cacete. Iam chamar, inclusive, a Guarda Municipal”, afirmou.
Em seguida, Paulo Eduardo reconheceu que há uma concentração de usuários de drogas na Rua Lemos Cunha, onde fica a igreja, mas defendeu que a polícia deve combater os traficantes, e não os usuários. Para o parlamentar, estes últimos devem ser atendidos por órgãos de assistência social, porque dependência química é problema de saúde, não de segurança.
“Em nenhum momento, o pastor se dirige à assistência social e sim faz o chamamento ao 12º BPM. É fato que há uma concentração enorme de pessoas ali, mas cadê o orçamento da assistência social? O ‘cracudo’ não fabrica a droga”, enfatizou.
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Douglas Gomes discordou da postura do psolista e afirmou que faria uma “defesa pública do pastor”. O vereador do PL disse a Paulo Eduardo que a CEI realiza trabalhos sociais com pessoas em vulnerabilidade.
“Ou você é cristão ou comunista. Os dois, não consegue. Sobre o pastor Ozeas, quantas alimentações vossa excelência dá? Ele dá 500 por semana. Faça um trabalho social do nível dele, depois fale da igreja”, frisou.
Em seguida, Douglas defendeu o pedido de policiamento, feito por Ozeas, para que a igreja possa dar sequência ao trabalho social realizado.
“O que o pastor precisa é de apoio e segurança pública. O trabalho social, a igreja já faz dando apoio psicológico e psiquiátrico, sem depender da Prefeitura. Vossa excelência é contra os cristãos? Tem que haver o carro de polícia ali para que os membros da igreja continuem fazendo seu trabalho social”, acrescentou.
O pedido
Em ofício endereçado ao comandante do 12º BPM (Niterói), tenente-coronel Aristheu de Góes, o pastor Ozeas denunciou que há dezenas de consumidores de crack na região onde fica a igreja.
“Os membros de nossa instituição estão encontrando dificuldades para chegar à igreja por conta de uma aglomeração de usuários de drogas. São mais ou menos 30 usuários, trazendo medo e receio sobre nossos membros, de chegar aos nossos cultos”, disse o pastor.
Desse modo, o pastor solicitou que o batalhão disponibilize uma viatura para ficar em frente ou ao lado do templo, em dias e horários e cultos, nas noites de terças e quintas-feiras e nas manhãs e noites de domingo.