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Operação Carbono Oculto: maior ação contra crime organizado na economia formal

Operação Carbono Oculto: maior ação contra crime organizado na economia formal | Reprodução/Instagram

A Avenida Faria Lima, em São Paulo, amanhece com a maior operação da história contra a infiltração do crime organizado na economia formal do país: a Operação Carbono Oculto, que investiga lavagem de dinheiro, sonegação e adulteração de combustíveis.

Equipes da Polícia Federal, Polícia Militar, promotores do Gaeco e fiscais das Receitas Estadual e Federal estão atuando na Operação Carbono Oculto. Ao todo, 1.400 agentes cumprem 200 mandados de busca e apreensão contra 350 alvos em dez estados. Na Faria Lima, 42 alvos estão distribuídos em cinco endereços, incluindo edifícios emblemáticos da região.

A principal instituição investigada, o BK Bank, registrou R$ 17,7 bilhões em movimentações suspeitas. A Receita Federal estima R$ 1,4 bilhão em tributos federais sonegados, enquanto o CIRA/SP solicitou bloqueio de bens para recuperar R$ 7,67 bilhões em impostos estaduais.

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Os investigados teriam praticado crimes contra a ordem econômica, adulteração de combustíveis, crimes ambientais, lavagem de dinheiro, fraude fiscal e estelionato. O esquema dominava a cadeia produtiva de etanol, gasolina e diesel, com operações vinculadas ao PCC e lideradas por Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.

A Justiça determinou a indisponibilidade de quatro usinas de álcool, cinco administradoras de fundos, cinco redes de postos com mais de 300 endereços e 17 distribuidoras de combustíveis. Também estão sob investigação transportadoras, terminais portuários, instituições financeiras, refinadoras, além dos bens de 21 pessoas físicas e até uma rede de padarias.

O grupo teria desviado metanol importado pelo Porto de Paranaguá, transportando-o clandestinamente para adulterar combustíveis e obter lucros bilionários.

Núcleos da organização

O principal núcleo é formado por Roberto Augusto Leme da Silva, o Beto Loco, e Mohamad Hussein Mourad, do antigo grupo Aster/Copape, associados ao Grupo Refit, de Ricardo Magro. Eles teriam expandido suas operações em toda a cadeia de produção e venda de combustíveis, financiando lobistas e ampliando poder econômico e político.

Beto Loco e Mourad são donos de empresas como TTI Bless Trading e G8Log Transportes, responsáveis pelo transporte de combustíveis e fornecimento para usinas sucroalcooleiras. Após a Operação Cassiopeia, de 2024, ter cassado licenças das distribuidoras Aster e Copape, eles continuaram atuando na cadeia de combustíveis.

Distribuidoras como Rodopetro, Duvale e Arka foram usadas para criar camadas de ocultação de patrimônio e integrar operações com o Grupo Manguinhos. As análises financeiras indicam que empresas ligadas ao grupo funcionariam como “interpostas pessoas”, formando um cartel na produção e distribuição de diesel e etanol.

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