Especialistas avaliam os riscos e oferecem orientações para lidar com os efeitos do calor no corpo.
Uma onda de calor avassaladora recentemente varreu o Brasil, deixando muitos em estado de apreensão. De acordo com os especialistas da MetSul Meteorologia, alguns locais estão prestes a quebrar recordes de temperatura.
As temperaturas estão se aproximando perigosamente dos 40°C e, em algumas áreas, até ultrapassando esse limite, chegando a incríveis 45°C.
Além disso, a equipe da MetSul Meteorologia emitiu um alerta grave, destacando os sérios riscos para a saúde e a vida humana, especialmente para a população idosa e enferma.
Para lançar luz sobre esse assunto crucial, convidamos a Dra. Márcia Umbelino, especialista em geriatria e clínica geral, bem como a Dra. Érika Kinoshita, dermatologista renomada.
Obrigada por terem aceitado o convite e agora é com vocês!
Dra Marcia Umbelino. Imagem: Divulgação.
Márcia Umbelino começa explicando o motivo de idosos não sentirem tanta sede:
Resumidamente, o idoso perde o controle do termostato do cérebro. Uma das principais funções da água é fazer com que o sangue circule pelo organismo, de forma que equalize a temperatura. Quando esse sistema fica envelhecido, o controle não é feito de forma eficaz. Então se ele não sente tanto calor, por causa da desregulação do sistema, consequentemente, ele sentirá menos sede.
E acrescenta: Além de não perceberem que precisam beber água, o idoso já têm uma tendência a problemas como exaustão, queda, hipotensão, confusão mental, derrame, acidente vascular cerebral (AVC), e até infecções, que são as principais consequências de um quadro de desidratação.
Ou seja, esses sintomas podem ser ainda mais intensos e perigosos nessa população.
A especialista alerta, ainda, que pessoas com problemas renais, problemas respiratórios ou cardiorrespiratórios e obesos devem receber atenção ainda maior em altas temperaturas.
A frequência cardíaca aumenta justamente para fazer o corpo transpirar e diminuir a temperatura corporal. O calor também gera uma vasodilatação, que dá aquela sensação de pressão baixa. Apesar desse sistema proteger o corpo, em casos de temperaturas muito altas, pode não ser o suficiente, por isso, é comum as pessoas sentirem mais os sintomas como fraqueza e tonturas.
Um dos problemas mais sérios é a insolação, causada pela desidratação e pelo longo período de exposição ao sol e ao calor. Os primeiros sinais são: dores de cabeça, tontura, náusea, pele quente e seca, pulso rápido, temperatura elevada e distúrbios visuais, confusão mental, podendo, ainda, evoluir para um estado mais grave com sintomas como respiração rápida e difícil, palidez (às vezes desmaio), convulsão, extremidades arroxeadas e fraqueza muscular. Ao notar os primeiros sintomas, é preciso procurar uma emergência médica.”
Além disso, o calor pode gerar diversos malefícios à pele.
Erika Kinoshita. Imagem: divulgação.
A dermatologista Érika Kinoshita explica quais as consequências:
“É muito conhecido o perigo do câncer de pele ao se expor ao sol. Só que com o aumento das transpirações e umidade da pele, as pessoas são mais suscetíveis a frieira, micoses e infecções bacterianas”.
A médica acrescenta que em pessoas que já têm problemas de pele, como dermatite, por exemplo, o calor acentua sintomas. “Quem tem maior sensibilidade, bebês e crianças, principalmente, têm mais chances de desenvolver brotoejas, alergias de contato e irritações na pele”, acrescenta.
Manter uma hidratação correta e não se expor ao sol por grandes períodos, são primordiais para se prevenir da insolação e de problemas graves. Quem tem crianças, idosos ou faz parte de grupos que possuam alguma comorbidade, precisam tomar cuidados redobrados.
Não se expor ao sol forte, se manter hidratado (com água), e se manter em local mais fresco possível são as principais formas de se prevenir de problemas durante a onda de calor. Usar protetor solar, cremes e hidratantes que relaxem a pele, tomar banhos de água fria, são dicas que funcionam para pessoas que têm a pele mais sensível.
Além disso, é importante não manter a pele úmida por muito tempo, principalmente em locais que recebem menos vento, pois, há maior possibilidade de surgirem micoses e fungos.
Caso surjam bolhas vermelhas, descamações ou placas avermelhadas pelo corpo, por exemplo, procure um especialista para poder receber o tratamento correto”, acrescenta.
Obrigada pelas informações meninas.
Vamos todos curtir os dias ensolarados, mas com cuidados e responsabilidades.
Até a próxima, beijo e tchaauu!
Imagens: Canva
