O estado do Rio de Janeiro enfrenta um momento de extrema preocupação em relação à dengue. Foram mais de 17 mil casos registrados ainda no primeiro mês do ano. Por outro lado, Niterói só teve 3 pacientes contaminados.
Um projeto que foi iniciado há pouco mais de 8 anos, com mosquitos modificados ajudou a frear os casos na cidade. Jurujuba foi o primeiro bairro do munícipio a receber os mosquitos Aedes Aegypti modificados em laboratório.
Pesquisa
Pesquisadores da Fiocruz retiram uma bactéria da mosquinha da fruta, conhecida por Wolbachia, e injetam no mosquito fêmea. Após muita pesquisa, foi descoberto que o cruzamento de um macho com Wolbachia com uma fêmea sem bactéria, interrompe o ciclo de reprodução do mosquito. Já as fêmeas que têm a Wolbachia herdam a bactéria.
“Não teve modificação genética nem no mosquito, nem na bactéria. O vírus, quando o mosquito pica alguém, ele precisa se replicar para ser transmitido. Já a bactéria bloqueia a multiplicação na célula”, explicou Luciano Moreira, que é pesquisador da Fiocruz
Os especialistas também explicaram que a bactéria não faz mal ao meio ambiente e ainda impedem que os mosquitos transmitam doenças para os seres humanos.

Foto: Reprodução
Projeto
O projeto realizado em Niterói foi uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde.
De acordo com as autoridades, os mosquitos modificados foram soltos em 100% dos bairros, o que apresentou resultados efetivos no município:
- 2015: 158 casos da doença;
- 2016: 71
- 2017: 87
- 2018: 224 (prefeitura diz que a maioria foi no Norte do município e que ainda não contava com o projeto ainda)
- 2019: 61
- 2020: 85
- 2021: 16
- 2022: 12
- 2023: 55
Mesmo com esse número baixo, a prefeitura ressalta que é fundamental manter os cuidados, como evitar água parada, colocar o lixo em sacos plásticos, manter a lixeira bem fechada e não jogar lixo em baldes.
“Niterói está dando a sua contribuição para mitigar o avanço da Dengue, doença que tanto preocupa várias partes do mundo, sobretudo as regiões tropicais. Temos muito orgulho que nossa cidade tenha sido escolhida, lá atrás, para a implementação do projeto Wolbachia”, disse em nota o prefeito Axel Grael
Quando foi lançado o projeto ficamos muito esperançosos de ver a dengue, ao menos, diminuir. O resultado foi o esperado e aí vem a minha pergunta: Porque não continuar com o projeto a nível estadual e depois federal? Nenhuma autoridade veio à público explicar.