No Brasil, a cada uma hora acontecem 11 mortes por Acidente Vascular Cerebral (AVC), segundo dados de julho de 2022, do Ministério da Saúde. A doença é a que mais mata no país, com registros de mais de 100 mil óbitos por ano, razão pela qual a data de 29 de outubro foi dedicada ao Dia Mundial do AVC, em prol da conscientização e do alerta para a prevenção, os sintomas e os tratamentos.
Especialista comenta
Para o Dr. Marcus Tulius, neurologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), que faz parte da Dasa, maior rede de saúde integrada do país, um dado preocupante nesse cenário é o crescimento da incidência da doença em jovens adultos, com idade inferior a 55 anos, uma vez que o AVC é mais frequente em idosos.
“No CHN, por ano, temos uma média de 300 internações por AVC. Os casos são mais comuns em idosos, mas pacientes jovens com AVC já correspondem a cerca de 17% desse total de atendimentos. As causas são múltiplas e, os fatores de risco, um pouco diferentes em pessoas mais novas. Em mulheres, por exemplo, o uso prolongado de pílula anticoncepcional associado ao tabagismo é um fator importante, assim como, para ambos os gêneros, o consumo abusivo de substâncias psicoativas, como, principalmente, cocaína e anfetaminas”, alerta o médico.
Prevenção do AVC
O neurologista explica que o AVC pode ser uma doença prevenível, se controlados os principais fatores de risco, como hipertensão, diabetes, tabagismo, sedentarismo, obesidade e dislipidemia (aumento do colesterol e dos triglicerídeos). Mas também existem casos associados à genética e ao envelhecimento da população.
“No CHN, temos um sistema integrado de atenção para a fase aguda da doença, pelo qual em alguns casos os pacientes podem ser submetidos à trombectomia, tratamento feito em até quatro horas e meia a partir do início dos sintomas. Essa terapia remove o coágulo cerebral, reduzindo a mortalidade e a morbidade da doença, possibilitando menores chances de sequelas motoras, cognitivas ou visuais”.
É muito importante reconhecer os sinais do AVC e buscar ajuda médica especializada imediatamente. Os sintomas mais perceptíveis são: alteração súbita na fala, motora, sensitiva ou visual; falta de equilíbrio; visão embaçada repentina; dificuldade para entender o que está sendo dito ou para falar determinadas palavras e frases, e incapacidade de mexer um dos membros. A chegada a tempo em um hospital capacitado pode possibilitar a realização da trombectomia, tratamento que muda a sobrevida desses pacientes.