
Presidente americano Joe Biden anuncia cessar-fogo entre Israel e Hamas | @White House/Fotos Públicas
Israel e Hamas concordaram com um cessar-fogo de 42 dias que inclui a libertação de reféns e o envio de ajuda humanitária a Gaza. O anúncio, realizado nesta quarta-feira (15) pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e líderes internacionais, traz esperanças de que a guerra de 15 meses, que causou dezenas de milhares de mortes e destruiu grande parte do enclave palestino, chegue ao fim.
Acordo prevê fim de hostilidades e retirada de tropas
O cessar-fogo deve começar no domingo, conforme informou o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani. Segundo ele, ainda existem questões logísticas em negociação. O gabinete israelense, liderado por Benjamin Netanyahu, precisa aprovar o acordo em votação prevista para quinta-feira (16).
Na primeira etapa do acordo, Israel deve retirar suas forças de áreas urbanas, enquanto o Hamas libertará 33 reféns. O número de prisioneiros palestinos que Israel soltará não foi divulgado. Atualmente, cerca de 100 reféns permanecem em Gaza, embora autoridades israelenses estimem que 35 possam estar mortos.
Ajuda humanitária e reconstrução
O presidente Biden afirmou que o acordo inclui o retorno de palestinos às suas casas e o envio de suprimentos humanitários.
“Muitas vidas inocentes foram perdidas e comunidades inteiras, destruídas. Este acordo é um primeiro passo para a recuperação de Gaza”, declarou.
O Hamas celebrou o cessar-fogo em comunicado, chamando-o de “uma conquista” e elogiando a “resiliência” da população de Gaza.
Brasil aponta caminhos para a paz e Presidente Lula comemora
Como tem feito desde o início do conflito, o governo brasileiro segue apelando pela retomada imediata do processo de paz entre israelenses e palestinos. Para isso, o Brasil não vê outra solução senão dois Estados, dentro das fronteiras de 1967. Como resultado, isso inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, pertencentes à Palestina, e Jerusalém Oriental como sua capital.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que absurdamente comparou o confronto no Oriente Médio ao Holocausto, mostrou-se esperançoso com a construção da paz na região
“Após tanto tempo de sofrimento e destruição, a notícia de que um cessar-fogo em Gaza foi finalmente negociado traz esperança. Que a interrupção dos conflitos e a libertação dos reféns ajudem a construir uma solução duradoura que traga paz e estabilidade a todo Oriente Médio”, disse Lula.
Cronograma e Contexto
O cessar-fogo segue um plano proposto por Biden em maio, com fases que incluem:
- Retirada das tropas israelenses e libertação de reféns vulneráveis.
- Entrada de até 600 caminhões diários com ajuda humanitária em Gaza.
- Troca de prisioneiros entre Israel e Hamas.
A guerra começou em outubro de 2023, após um ataque surpresa do Hamas que matou 1.200 israelenses e sequestrou 250 pessoas. Desde então, mais de 45 mil palestinos morreram em Gaza. Igualmente, 1.200 israelenses, mais de 160 jornalistas e 265 funcionários das Nações Unidas.
Infelizmente, violações são comuns
Um cessar-fogo consiste num acordo entre partes em conflito. Assim sendo através dele, fica estabelecida a interrupção temporária ou permanente das hostilidades. Principalmente, com o objetivo de permitir negociações, a entrega de ajuda humanitária ou o início de um processo de paz.
Embora o cessar-fogo represente um passo crucial para a resolução de um conflito, nem sempre as partes envolvidas o respeitam. Sobretudo, quando tais signatários se tratam de Israel e Hamas.
Ao longo das décadas de conflito entre Israel e os grupos palestinos, diversos cessar-fogos foram anunciados, mas frequentemente violados. Por exemplo, o cessar-fogo de 2014 durante a Operação Margem Protetora, um outro conflito militar entre Israel e o Hamas. Apesar dos acordos de trégua feitos, as hostilidades frequentemente recomeçaram, com ambos os lados acusando o outro de violar os termos do cessar-fogo.
Em outras palavras, ao invés de buscar evitar mais perdas humanas e danos materiais, promovendo a abertura de um caminho visando um acordo de paz definitivo, as partes há décadas optam pela solução militar.
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