Motoristas de ônibus que conectam o Leste Fluminense à cidade do Rio de Janeiro estão temerosos com o aumento do número de assaltos. O Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac) enviará, ainda essa semana, ofícios pedindo reforço no policiamento nas imediações do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), no Caju.
Os documentos serão endereçados à Secretaria de Segurança do Estado, à Polícia Militar e à Prefeitura do Rio. A medida visa coibir o crescente número de assaltos a ônibus, que estão ocorrendo naquela localidade.
Segundo a entidade, entre janeiro e fevereiro deste ano, 15 coletivos de apenas uma empresa, que opera linhas intermunicipais, sofreram com a ação dos marginais nas imediações do hospital.
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No mesmo período de 2023, houve seis registros. A região de São Cristóvão, que engloba o Caju, teve, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), 43 assaltos a ônibus em janeiro deste ano.
Os bandidos, de acordo com relatos de testemunhas, agem armados e com extrema violência, agredindo e ameaçando passageiros e rodoviários. Os crimes ocorrem sempre por volta das 5h, horário em que há grande fluxo de trabalhadores.
O presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira, salientou que aquele local, integra um importante corredor viário, pois também fica próximo à Rodoviária Novo Rio e ao novo Terminal Gentileza. A região, no entanto, está se tornando um foco de marginais, pois recebe grande número de ônibus municipais, intermunicipais e interestaduais.
“É preciso que haja a intensificação do policiamento e uma investigação aprofundada, pois tudo indica que essas ações dos bandidos são organizadas e não aleatórias. É preciso, inclusive, que as polícias e a Guarda Municipal trabalhem conjuntamente para impedir essas ações criminosas”, afirma.
Câmeras flagram ações
Imagens fornecidas pelas empresas de ônibus mostram que o bandido que matou com um tiro o passageiro Cláudio Pedro da Silva, de 45 anos, na altura de Bonsucesso, dia 7 de março, aparentemente participa de assaltos a coletivos na área do Into, pelo menos, desde janeiro. Os equipamentos integram o Sistema de Acompanhamento de Frota em Emergência (SAFE), criado pela Federação das Empresas (Semove).
Atualmente, o Departamento Médico do Sintronac trata permanentemente 500 rodoviários afastados do trabalho por problemas físicos e psicológicos causados pela violência urbana.
“O impacto disso nas famílias dos rodoviários é devastador, pois a grande maioria deles não terá mais condições de voltar ao mercado de trabalho”, destaca Rubens.