O céu ganha mais uma estrela e o Brasil se despede de mais um ícone da história musical do país. Morreu, no fim da noite desta segunda-feira (8), em sua casa, em São Paulo, a cantora Rita Lee, aos 75 anos. “Ela estava cercada de todo amor de sua família, como sempre desejou”, diz em nota Roberto de Carvalho, marido e companheiro de uma vida inteira da artista. Além de Roberto, Rita deixa três filhos: Roberto, João e Antônio.
Rita Lee e Roberto de Carvalho
O velório será aberto ao público, no planetário do Parque Ibirapuera, na quarta-feira (10), das 10h às 17h.
De acordo com a vontade de Rita, seu corpo será cremado. A cerimônia será particular.
A família agradece o carinho e o amor de todos nesse momento de profunda tristeza.
rita LEE JONES DE CARVALHO
Nascida em 31 de dezembro de 1947, em São Paulo, Rita Lee era a filha mais nova de um dentista americano e uma dona de casa de ascendência italiana. será lembrada por ter sido uma artista completa, que se destacou como cantora, compositora, multi-instrumentista, atriz, escritora e ativista brasileira. Reconhecida como a “Rainha do rock brasileiro”, ela vendeu mais de 55 milhões de discos, sendo uma das artistas mais bem-sucedidas do país.
Ela era fã do rock inglês e norte-americano. Mas também era influenciada pela tendência da música brasileira Com isso, ao longo de sua carreira, Rita explorou diversos gêneros musicais, desde a psicodelia até a eletrônica, sempre criando um hibridismo pioneiro entre a música nacional e internacional.
Rita Lee, Cauby Peixoto e Gal Costa
A artista é referência para aqueles que tocam guitarra, especialmente após ter participado de importantes revoluções no mundo da música e da sociedade como um todo. Chegou a ser presa, em 1976, durante a ditadura quando estava grávida de seu primeiro filho, e teve canções censuradas pelo regime militar de exceção no Brasil.
As canções de Rita são marcadas por uma ironia ácida e uma reivindicação da independência feminina. Com hits como “Ovelha Negra”, “Mania de Você” e “Lança Perfume”, ela conquistou o público e se tornou presença constante nas paradas de sucesso. Seu álbum “Fruto Proibido”, lançado em 1975 com a banda “Tutti Frutti”, é considerado por alguns como sua obra-prima e um marco fundamental na história do rock brasileiro.
Além de sua carreira musical, Rita se destacou também como ativista dos direitos dos animais e seguia um estilo de vida vegano. Ela já se apresentou ao lado de artistas como Elis Regina, João Gilberto e Titãs. Sua influência na música brasileira é inegável, tanto que a revista Rolling Stone a incluiu na lista dos cem maiores artistas do país, ocupando o 15° lugar. Com mais de 60 anos de carreira, Rita construiu um legado de inovação e revolução musical, deixando sua marca na história da música do Brasil e do mundo.
Numa entrevista à revista Rolling Stone Brasil, concedida pela artista no final do ano passado, Rita disse rejeitar o apelido de “Rainha do Rock”. Ela afirmou que o considerava “cafona”, confessando preferir ser conhecida como “Padroeira da Liberdade”.
