Morreu, nesta quarta-feira (23), o ex-governador do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles (PP). A informação foi confirmada por seu correligionário, deputado estadual Dionísio Lins (PP), durante reunião ordinária dos deputados na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). A sessão plenária parou para homenagear, com um minuto de silêncio, seguida de uma salva de palmas, à memória de Dornelles.
Presidente de honra do Progressistas e figura destacada na política brasileira, Dornelles deixou sua marca em diferentes cargos públicos, como ministro, senador, deputado, secretário da Receita Federal, vice-governador e governador do Rio de Janeiro. A notícia foi confirmada pelo secretário de saúde do Rio de Janeiro, dr. Luizinho (PP-RJ).
Francisco Dornelles
Nascido em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, em 1935, Francisco Dornelles vinha de uma família com forte tradição na política. Tinha parentesco com grandes nomes da história do país, como Getúlio Vargas, Tancredo Neves, Castelo Branco e seu tio, Ernesto Dornelles, senador e governador do Rio Grande do Sul.
Com uma sólida formação em Direito e Finanças Públicas, Dornelles começou sua trajetória política como secretário da Receita Federal no governo João Figueiredo, em 1979, durante os anos de ditadura militar. Foi nessa época que o símbolo do leão passou a representar o Imposto de Renda e a instituição, símbolo que se mantém até hoje.
Em 1985, assumiu o Ministério da Fazenda por um breve período, indicado por Tancredo Neves para assumir a Presidência da República, caso fosse necessário. Posteriormente, foi ministro da Indústria, Comércio e Turismo no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, e ocupou o cargo de ministro do Trabalho e do Emprego no segundo mandato de FHC.
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No Rio de Janeiro, Dornelles teve uma longa carreira política. Foi deputado federal constituinte, passando por PFL, PPR e PPB, onde cumpriu cinco mandatos consecutivos até 2007. Em 2006, trocou a Câmara dos Deputados pelo Senado. Permaneceu na Câmara Alta até 2014, quando renunciou para assumir o cargo de vice-governador na chapa de Luiz Fernando Pezão (PMDB). Durante a licença médica de Pezão para tratar um câncer, em 2016, Dornelles assumiu como governador interino. Igualmente, assumiu novamente, em 2018, após a prisão do mandatário fluminense pela Operação Lava-Jato.
Durante seu primeiro mandato como governador que o Estado de Calamidade Pública acabou decretado, em junho de 2016. Todavia, isso abriu caminho para o socorro financeiro do governo federal. O ex-governador ganhou até uma biografia intitulada “O poder sem pompa”, escrita pela jornalista Cecília Costa, que destacou sua trajetória nos bastidores do poder, angariando inclusive admiradores entre seus adversários políticos.
A morte de Francisco Dornelles deixa um vazio na política brasileira. E marca, sobretudo, o fim de uma era. Assim sendo, fica, na memória, a imagem de um homem que dedicou sua vida ao serviço público. Ao passo que em muito contribuiu para a história do país de forma inegável. Por fim, seu legado permanecerá lembrado e sua falta sentida por todos aqueles que acompanharam sua trajetória. Tanto pessoalmente, bem como através dos livros de história, que hão de citá-lo para as futuras gerações.