Maricá adia evento com artistas LGBTQIA+ após protesto de vereador bolsonarista | Reprodução/Arte Enzo Carvalho/Folha do Leste
Um dia após Ricardinho Netuno, vereador de oposição e pré-candidato a prefeito denunciar, em suas palavras, que a “prefeitura de Maricá está patrocinando o vilipêndio à fé Cristã”, a municipalidade resolveu adiar a realização do primeiro “Som e Voz da Diversidade Cultural”. Desse modo, além do aviso, informou que haverá definida de uma nova data, com divulgação em breve.
O evento estava previsto para acontecer entre 31 de maio e 2 de junho, com presença de diversos artistas do universo LGBTQIA+. Dentre eles, Johnny Hooker, que figura em um famoso vídeo em que chama “Jesus Cristo de bicha e de travesti”. Ricardinho Netuno usou esse mesmo conteúdo em suas redes sociais para se contrapor ao evento.
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As polêmicas relacionadas a Johnny Hooker também alcançaram o parlamento de Niterói. A Câmara Municipal chegou a revogar uma honraria ao cantor, sob o argumento de vício no processo de votação. Em abril, o artista também teve um show cancelado na cidade.
Contudo, vale destacar que, em momento algum, a Prefeitura de Maricá disse que o adiamento do evento tinha relação com o posicionamento de Ricardinho Netuno. Da mesma forma, não houve nenhum pronunciamento nesse sentido por parte dos demais órgãos e instituições envolvidos no evento.
Por fim, eis o anúncio feito pela prefeitura, na íntegra:
“A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Cultura, em parceria com Maricá das Artes e Secretaria de Turismo, informa que foi adiado o primeiro “Som e Voz da Diversidade Cultural”, que aconteceria de 31 de maio a 2 de junho, na Barra de Maricá. O festival apresentaria diversos artistas em dois palcos montados, trazendo nomes de peso na programação, como Isabella Taviani, Maria Gadu, Johnny Hooker, Marina Sena e o grupo Francisco El Hombre. Uma nova data será definida e divulgada em breve.
Além dos shows, haveria ainda a Feira da Diversidade, para empreendedores do município oferecerem produtos e serviços diversos. Estavam previstas 40 barracas, sendo 15 destinadas ao grupo LGTB+, à cultura black, indígenas etc, e as demais para quem mais desejasse participar com sua produção. Também teria uma tenda Cultural, onde seriam realizadas performances artísticas durante todo o evento.”
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