A torcida organizada Mancha Alviverde está proibida de acessar estádios de São Paulo. A Federação Paulista de Futebol (FPF) acatou a recomendação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) após uma emboscada envolvendo a Máfia Azul, do Cruzeiro. O ataque, ocorrido no domingo (29), resultou na morte de um torcedor de 30 anos e deixou outras 20 pessoas feridas.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) recomendou à FPF a proibição. A decisão veta o uso de uniformes e objetos da Mancha Alviverde em qualquer estádio do estado.
“A Federação Paulista de Futebol oficiará aos órgãos de segurança para garantir o cumprimento da medida”, informou o documento oficial.
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Até o momento, não há prazo definido para o fim da proibição. A torcida será impedida de acessar os jogos até nova decisão da FPF. Procurada pela imprensa, a Mancha não se manifestou oficialmente sobre o veto.
O ataque aconteceu na madrugada de domingo, na Rodovia Fernão Dias, próximo ao quilômetro 65, na cidade de Mairiporã. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), torcedores do Palmeiras e do Cruzeiro se encontraram no pedágio e iniciaram um confronto com rojões e objetos.
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O torcedor do Cruzeiro que faleceu sofreu graves queimaduras e chegou a ser socorrido no Hospital Anjo Gabriel, mas não resistiu. No total, 18 vítimas foram atendidas nessa unidade, enquanto outras três deram entrada no hospital de Franco da Rocha, incluindo uma pessoa com ferimento de arma de fogo no abdômen.
A PRF informou que os torcedores do Cruzeiro retornavam de Curitiba, onde o time enfrentou o Athletico-PR, quando foram atacados. Um dos ônibus foi depredado, enquanto o outro foi incendiado. A Delegacia de Repressão à Intolerância Esportiva (Drade) está à frente das investigações, e parte dos suspeitos já foi identificada.
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O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, determinou a atuação do Gaeco, justificando que torcidas uniformizadas vêm operando como “facções criminosas”. O promotor Fernando Pinho Chiozzotto, de Mairiporã, e o Ministério Público de Minas Gerais também acompanham as apurações da Polícia Civil para esclarecer o caso.
Em nota divulgada antes da proibição, a Mancha Alviverde negou envolvimento no incidente.
“Nossa torcida não pode ser responsabilizada por ações isoladas de cerca de 50 torcedores”, afirmou o comunicado.