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Lula defende moeda do BRICS e ignora pressão dos EUA

Lula defende moeda do BRICS e ignora pressão dos EUA | Ricardo Stuckert/PR

A moeda comum do BRICS voltou ao centro do debate internacional nesta sexta-feira (4), após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmar apoio à criação de uma unidade monetária para transações entre os países do bloco. A declaração foi feita durante a abertura da 10ª reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), no Rio de Janeiro.

Lula resgata pauta deixada de lado por temer atrito com os EUA

Lula defende a moeda como alternativa à hegemonia do dólar e forma de baratear custos no comércio entre os países-membros. A proposta agrada especialmente nações como China, Rússia e Irã, que sofrem sanções ou disputam espaço com os Estados Unidos.

Embora o tema tenha sido deixado fora da pauta oficial do BRICS em 2025 por motivos diplomáticos, o presidente brasileiro o retomou em tom desafiador. A postura ignora as ameaças veladas dos EUA. O ex-presidente Donald Trump, por exemplo, já ameaçou impor tarifas de até 100% a países que tentem desafiar o dólar.

Dilma critica unilateralismo e tarifas como instrumento de poder

A presidente do NDB, Dilma Rousseff, também alfinetou Washington. Sem citar diretamente os EUA, ela disse que o mundo vive uma era de fragmentação, crises sobrepostas e ressurgimento do unilateralismo.

“Testemunhamos um recuo na cooperação e o ressurgimento do unilateralismo. Tarifas, sanções e restrições financeiras estão sendo usadas como ferramentas de subordinação política”, disse.

Alinhamento com debate interno sobre grandes fortunas

O discurso de Lula também serve como recado à política interna. Ele tenta retomar protagonismo após o Congresso derrubar um decreto que aumentava o IOF.

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A ideia era ampliar receitas para bancar despesas. O Planalto agora tenta aprovar a taxação de grandes fortunas como alternativa.

Presidente terá maratona de encontros durante cúpula do BRICS

Antes da abertura oficial do encontro, neste domingo (6), Lula terá uma maratona de reuniões bilaterais. Ele vai se encontrar com líderes de Etiópia, Nigéria, Vietnã, China e Cuba neste sábado (5), no Forte de Copacabana. O presidente também discursará no Fórum Empresarial do BRICS pela manhã.

À noite, Lula terá nova oportunidade de diálogo reservado com líderes durante a abertura oficial da cúpula, no Museu de Arte Moderna (MAM). O evento se encerra na segunda-feira (7).

Após a cúpula, o presidente volta a Brasília para receber o premiê da Índia, Narendra Modi, e o presidente da Indonésia, Prabowo Subianto. Lula deve agradecer pessoalmente os esforços de resgate da brasileira Juliana Marins, que morreu durante uma trilha no Monte Rinjani, em junho.

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