
Foto: Reprodução/WhatsApp
Morador de Cascadura, na Zona Norte do Rio, Valdir Silva chegava até uma loja em Copacabana, na Zona Sul, para mais um dia de trabalho. Autônomo, ele é locutor de estabelecimento comercial e recebe por diária, assim como muitos profissionais do ramo. Ele só não contava que seria vítima de xingamentos de uma pessoa que passava pelo estabelecimento.
Silva conversou com a reportagem da Folha do Leste e afirmou que foi surpreendido por uma senhora que afirmava morar no bairro. O locutor afirma que ela gesticulava com ordens para que ele parasse de trabalhar. Como não atendeu, a mulher passou a proferir os xingamentos.
“Como eu não parei, essa pessoa voltou e ficou bem próxima de mim. Estava com pouquíssima distância, diria uns 10 centímetros. Praticamente colada em mim. Do nada, ela começa a me cutucar no ombro, no braço e simplesmente gritou na minha frente me chamando de ‘imbecil’ e ‘idiota’. Foi quando eu respondi e peguei o celular para filmar a situação. Ela reagiu dizendo que eu poderia fazer isso no subúrbio, mas que era ‘proibido’ filmar em Copacabana”, afirmou Valdir.
O locutor acrescenta que a mulher continuar a gritar e disse que iria chamar a política por ser “autoridade”. Foi quando o pessoal da loja entrou em cena para acalmar a situação.
“Como ela estava cada vez mais exaltada, o pessoal da loja achou melhor eu parar por um tempo e fiquei uns minutos sem anunciar. Depois que essa pessoa foi embora, ainda esperei mais um pouco e aí voltei ao trabalho normal. Apesar disso, consegui concluir no horário combinado, que era às 18 horas”, comentou.
Profissional com mais de 20 anos de experiência no ramo, Valdir informou que, apesar do episódio, preferiu não registrar ocorrência, A reportagem tentou encontrar a senhora que proferiu, de acordo com o locutor, os xingamentos, mas não conseguiu contato. Caso haja resposta, a reportagem será atualizada.

Valdir é locutor há mais de 20 anos. Foto: Reprodução/Facebook
Locutor revelou “vozeirão” de pessoa em situação de rua
Para quem não se lembra, Valdir foi o locutor que deu uma oportunidade para uma pessoa em situação de rua anunciar durante alguns minutos em um hortifrúti no Catete, também na Zona Sul. O episódio aconteceu no ano passado e rapidamente ganhou projeção nacional.
À época, Adonai Henrique Morais conseguiu um emprego como locutor de carteira assinada. Mas poucos dias após a oportunidade, ele simplesmente sumiu do estabelecimento e pediu para Valdir apagar todas as postagens feitas sobre ele, incluindo um perfil no Instagram que em pouco tempo já tinha mais de 15 mil seguidores. Depois deste pedido, Valdir perdeu o contato com Adonai.
Na ocasião, ainda na época da descoberta, quando alguma equipe de reportagem o abordasse para entrevista, Adonai dizia não querer dar entrevistas para falar da vida pessoal, apenas da profissional. Com a desistência do emprego, posteriormente, já com o sumiço de Adonai, descobriu-se que ele tinha envolvimento com drogas. Além disso, de acordo com apuração da Folha do Leste, ele chegou a responder dois processos por falsidade ideológica e formação de quadrilha. Embora até tivesse sido preso, houve o arquivamento do processo e ele foi solto.
Situações de insegurança
Pode parecer absurdo que alguém tenha subitamente criado problema com o locutor, mas a reportagem conversou com outro profissional do ramo que admitiu, sob anonimato, que episódios do tipo são muito comuns. Ele recorda uma situação que passou em Nilópolis, na Baixada Fluminense.
“Há algum tempo, tive um problema com um agente da Guarda Municipal de Nilópolis, que me abordou com extrema grosseria. Fazia um trabalho sem problemas em um loja no calçadão da Avenida Mirandela. Repentinamente, veio um cara com o colete da Guarda e me deu uma cutucada com força no meu ombro do nada. Falou que estava lá para regular o som. Só que ele abaixou o volume de um jeito que ficaria impraticável de falar. Argumentei com educação que não seria possível, e ele me respondeu de forma ríspida: ‘Você prefere isso ou quer ficar sem trabalhar?’. Aí, confesso, que reruquei da mesma maneira. Um outro agente, bem mais educado e acessível, interveio na situação”, recorda.
O locutor relembra que os agentes saíram e ele voltou a trabalhar com o volume onde estava antes da abordagem. Por volta das 13:30, os agentes voltaram e o guarda que agiu com rispidez falou com o gerente em tom autoritário que se o som não parasse, iria multar a loja. Então o gerente, recorda o profissional, orientou que o trabalho chegasse ao fim naquele momento.
“Foi a primeira vez em que alguma autoridade me ameaçou. E tenho minha consciência tranquila que não fiz nada errado, pois outras lojas estavam com o som tão ou até mais alto que o meu. Mas esse agente só ameaçou a mim e a equipe da loja onde estava. Nas demais, sequer pisou o pé”, argumenta.
[…] não cite nomes, Adonai se refere ao locutor Valdir Silva. Na ocasião, Valdir recorda que filmou com o intuito de “mostrar o talento que Adonai tinha ao.falar ao mic… Além disso, afirma que essa atitude proporcionou um emprego ao homem que até então estava em […]