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Leader fecha mais uma loja, em Niterói

Leader fecha mais uma loja, em Niterói | Google Street View

Leader fecha mais uma loja, em Niterói, na Rua Otávio Carneiro, Icaraí | Google Street View

O processo de morte lenta e gradual das Lojas Leader, uma das mais tradicionais lojas de departamento do Brasil prossegue, em Niterói. Mais uma unidade encerrou suas atividades na cidade. Desta vez, o ponto da Rua Otávio Carneiro, em Icaraí, Zona Sul de Niterói, fechou as portas.

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Na fachada do prédio, que fica na rua que liga o icônico Campo de São Bento à Praia de Icaraí, há um aviso, sinalizando o óbito da loja. Contudo, a “causa mortis” não teve divulgação.

“Informamos que encerramos as atividades desta loja. Mas a Leader continua perto de você, completando sua vida”, diz o comunicado.

Leader fecha mais uma loja, em Niterói, na Rua Otávio Carneiro, Icaraí

Leader fecha mais uma loja, em Niterói, e coloca aviso na porta do antigo ponto da Rua Otávio Carneiro, em Icaraí, na Zona Sul

Diante das dificuldades financeiras e falimentares que a União de Lojas Leader enfrenta, o fechamento deste ponto não se revela surpreendente. Da mesma forma, outros pontos de grande relevância mercadológica da rede encerraram suas atividades.

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Por exemplo, o tradicional ponto da Leader, no local da antiga Mesbla, anexa ao Plaza Shopping, na confluência entre a Rua XV de Novembro e Avenida Visconde do Rio Branco, no Centro de Niterói. A loja fechou em janeiro desse ano.

Leader fecha mais uma loja, em Niterói

Leader fecha mais uma loja, em Niterói: depois do Plaza (foto), agora chega a vez de Icaraí | Reprodução

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Na cidade do Rio de Janeiro, há apenas seis lojas em funcionamento. A princípio, muitos pontos ocupados pela rede – abertos ou já fechados – somam milhões de Reais em dívidas de aluguéis.

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Além disso, a situação financeira calamitosa da empresa, cria uma situação de instabilidade e insegurança para funcionários. Muitos deles alegam atraso no pagamento de salário e recolhimento de verbas. Houve necessidade, inclusive, do sindicato da categoria intervir nas negociações, ameaçando levar adiante as denúncias de descumprimento de acordo feitos na Justiça. Entretanto, após analisar os ônus, trabalhadores e empresa realizaram uma nova tratativa.

Na UTI

Na década de 2010, a empresa começou a enfrentar dificuldades, ao passo que chegou a ser vendida por R$ 1 (um Real), em 2016,  pelo então proprietário, o BTG Pactual, ao advogado e empresário Fábio Carvalho, que também estava no controle da Editora Abril e da Casa&Vídeo.

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Em seguida à aquisição, no fim de 2016, a Leader iniciou um processo de recuperação extrajudicial, com apoio de 72% de seus credores. Entretanto, somente em junho de 2018, a 11ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio homologou o negócio jurídico. Até então, o volume da dívida era de R$ 222 milhões.

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Naquela ocasião, a Justiça considerou, em sua decisão, o prejuízo fiscal e trabalhista que o fechamento das lojas representaria.

“Pelo que se percebe, estamos diante de postulação, que se apresenta como alternativa válida por se encontrar a recuperanda em situação econômica com condições de promover a renegociação de suas dívidas, ainda que em tempo maior para pagamento. Com isso, poderá ela sobreviver até porque é uma gigante do mercado varejista, ostentando mais de meia centena de filiais e milhares de empregados, além do prejuízo fiscal, que acarretaria o fechamento de tão grande entidade”, considerou o relator.

No entanto, a empresa não teve fôlego para cumpriu o plano proposto de forma extrajudicial com o mau desempenho, em 2019. Então, dias antes da deflagração da pandemia da Covid-19, em março de 2020, a Leader entrou na Justiça com pedido de recuperação judicial. Desde então, a ação tramita na 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.

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Primordialmente, a decisão da empresa de buscar proteção na justiça aconteceu após o empresário Fábio Carvalho – que comprou a rede por R$ 1  do BTG – vender todas as suas ações. De acordo com informações do Valor Econômico, o comprador se trata de André Peixoto, ex-diretor de operações da Casa&Vídeo. Nesse ínterim, as dívidas do grupo evoluíram para mais de R$ 1 bilhão.

Leader fecha mais uma loja, em Niterói

André Peixoto, novo acionista majoritário da Leader, que fecha mais uma loja, em Niterói

O que diz a Leader

Em nota sobre o processo de recuperação judicial, a Leader fala em “dificuldades do setor varejista” e cita a “retração econômica de 2019”.  Ao mesmo tempo, menciona a necessidade do resguardo pela via judicial, por conta dos protestos de títulos que vinha sofrendo.

“A Recuperação Judicial visa resguardar a capacidade de operação e de geração de receitas, num processo pensado cuidadosamente para garantir a retomada da empresa, com o menor impacto possível. É mais um passo, portanto, na estratégia de recuperação dos negócios, pois fornece as garantias e a segurança necessárias para uma negociação ampla e definitiva de todas as pendências financeiras com seus credores.

Desde 2016, o Grupo Leader se lançou ao desafio de se reerguer e voltar a ser uma das maiores empresas do varejo brasileiro. Nessa trajetória, diversas medidas foram tomadas, sempre com cautela e visando a preservação das relações de parceria com seus fornecedores e clientes. No entanto, a retração econômica dos últimos anos teve reflexos ainda mais profundos em 2019.

As vendas de dezembro e janeiro foram muito abaixo do esperado, o que ocasionou uma grande dificuldade de caixa. Com a crescente realização de protestos, de valores cada vez maiores, recorrer a proteção legal da recuperação judicial tornou-se inevitável.

Operando sem interrupções e com as proteções garantidas pela recuperação judicial, o Grupo Leader conseguirá gerar os recursos necessários para atender todas as demandas, como sempre aconteceu no enfrentamento de vários outros momentos de dificuldades econômicas no setor varejista”.

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