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Judô dourado

Judô dourado

Judô dourado | David Ramos/Getty Images

Nestes tempos olímpicos, o dia do jornalista esportivo começa lá pelas três da manhã. E isso depois de a véspera ter terminado lá pela meia noite. Não reclamo, não. Muito pelo contrário. Com quase 40 anos de carreira isso me fascina. Só lamento não está in loco, mas esses são os chamados cavacos do ofício.

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Aí, você vai colecionando temas, ou assuntos, para a sua coluna.

O meu já estava prontinho para hoje, mas aí… Bem, aí veio a Bia Souza.
Não dá para não escrever uma coluna inteirinha sobre o primeiro ouro do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

Ela merece.

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Pensei em começar falando logo da final, mas vou seguir a ordem das lutas, afinal de contas, não é comum uma campeã olhar para os degraus abaixo do pódio e observar três lutadoras que derrotou. E isso aconteceu com Bia.

Seu primeiro confronto, convenhamos, foi tranquilo. Passou de passagem pela nicaraguense Izayana Marenco. Nem a rival sonhava em derrotar a nossa número 5 do ranking mundial. A partir daí, porém…

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Se não fosse o VAR do judô, Bia não conseguiria seguir em frente. Na sua luta contra a sul-coreana Kim Hayun, no golden score (quem pontuar primeiro leva), o árbitro chegou a dar ippon para a adversária – felizmente o VAR corrigiu a decisão e Bia foi para a semifinal, contra uma francesa.

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Romane Dicko é, apenas, a número 1 do mundo. E contava com um ginásio lotado, praticamente inteirinho gritando por ela. Só que Bia segurou a onda e, cheia de moral, foi lutar pelo ouro contra a israelense Raz Hershko – apenas a número 2 do ranking mundial.

Judô dourado

Judô dourado | Reprodução/X

Como as lutas pelo bronze acontecem como preliminares do ouro, enquanto Bia se preparava para entrar no tatame, as atenções do mundo se voltaram para a politicagem do presidente francês Emanuel Macron, que decidiu cumprimentar o pessoal do vídeo, outros árbitros e dirigentes esportivos logo após Dicko ter conseguido o bronze.

Não satisfeito, ainda foi para a beira do gramado, quer dizer, para a área vizinha do tatame, beijar e cumprimentar Dicko. E nós, brasileiros, querendo ver a Bia.

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A luta contra a israelense foi encardida. Facilitada, é verdade, porque com menos de 40s de disputa Bia acertou um waza-ari. Como o retrospecto do confronto era de quatro vitórias para Bia e nenhuma para Hershko, ficou a impressão de que a israelense meio que se conformou.

A derrota parecia inevitável para a atleta de Israel. Mesmo assim, até faltarem uns 50s para o fim da luta ela tentou. Bia quase vacilou, mas segurou a onda. Depois, foram só lágrimas e falas de “eu sou campeã olímpica”.

A primeira medalha de ouro para o Brasil, num dia no qual tivemos, logo cedo, a decepção com o tênis de mesa. Só que essa história fica para outra coluna, porque hoje, só tem espaço para a vitória de Bia Souza, ou melhor, Beatriz Rodrigues de Souza, paulista de Itariri, 26 anos, que estreou em Jogos Olímpicos em Paris, em 2024, e ganhou de cara uma medalha de ouro.

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