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João Fonseca brilha no ATP 250 de Buenos Aires e faz história

João Fonseca brilha no ATP 250 de Buenos Aires e faz história | Reprodução/Getty Images

Vicente Dattoli

Já se disse que o torcedor brasileiro não gosta de esporte. Gosta de vencer. Esta máxima é facilmente explicada com o prestígio do basquete nos anos 60, quando a seleção masculina conquistou dois títulos mundiais; com a força da Fórmula 1 nos anos 70 e 80 (tempos de Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna) e com o boom do vôlei, que é o segundo esporte nacional desde que começou a enfileirar conquistas na quadra e na praia.

Atualmente, temos a brazilian storm (tempestade brasileira) no surfe, com vários brasileiros se alternando nas primeiras colocações das principais competições pelo planeta. E, também, depois de um bom tempo sem grandes conquistas, o tênis parece ressurgir. O nome da vez é o carioca João Fonseca, que conquistou no fim de semana o ATP 250 de Buenos Aires, tornando-se o sétimo jogador mais jovem da história a levantar um troféu da Associação de Tenistas Profissionais.

Mas… O que faz de João Fonseca, de apenas 18 anos, essa esperança? Ele está preparado para ser o inspirador de uma geração de novos tenistas brasileiros?

“É uma pressão boa. Meu sonho sempre foi jogar tênis, representar o Brasil. Fazer esse papel de inspirador é muito legal, me dá combustível para seguir em frente. As coisas vão acontecer naturalmente. Não posso dizer que vou ser uma estrela do tênis, mas vou trabalhar duro para isso”, disse João Fonseca à Folha do Leste, no encerramento de sua coletiva, nesta segunda-feira, no Rio Open.

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A coletiva estava marcada para começar por volta das 18h20, mas João só sentou para responder a primeira pergunta às 19h54. Corado, cabelo molhado, estava saindo de um treino duro, de mais uma hora – lembrando que voou de Buenos Aires para o Rio nesta segunda-feira, depois de conquistar o título na Argentina batendo quatro argentinos na trajetória até a vitória final.

“Ele foi espetacular. Não se deixou intimidar pelos gritos e foi muito simpático com todos. Um verdadeiro campeão”, explicou o especialista em tênis do jornal argentino La Nación, Sebastian Torok.

Para João, a explicação era mais simples: “Foi meu primeiro título, um grande passo na minha carreira. Gostaria que fosse no Rio, mas foi muito especial”.

João não nega que as coisas estão acontecendo rapidamente em sua carreira desde que venceu o Next Gen – torneio que reúne as maiores promessas do tênis mundial. Depois, veio a boa participação no Australian Open e, agora, finalmente, o primeiro troféu da ATP.

“Fiquei muito honrado com a repercussão, apesar de estar afastado das redes sociais”, afirmou.

A honra veio de mensagens recebidas de Neymar Jr, Vini Jr…

“Eles são pessoas intocáveis para mim… Até outro dia eles eram meus ídolos e agora me dão parabéns. No tênis também experimento essa mudança. Estou entre os 60, 70, melhores do mundo. Eles estão vendo que não sou apenas um garoto jogando”, afirmou, com aquele sorriso maroto de adolescente levado.

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