INPC de novembro redefine cálculo e projeta salário mínimo em 2026

INPC de novembro redefine cálculo e projeta salário mínimo em 2026 | Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O INPC acumulado de 12 meses ganhou novo peso nas contas públicas após fechar novembro em 4,18%, segundo dados do IBGE divulgados nesta quarta-feira (10). O índice também marcou alta leve de 0,03% no mês, ritmo que mantém a inflação das famílias de menor renda sob controle e altera o cálculo do salário mínimo de 2026.
Pelas regras atuais, o reajuste considera dois fatores: o INPC acumulado até novembro do ano anterior e o crescimento do PIB de dois anos antes. Como o PIB de 2024 avançou 3,4%, o ganho real previsto fica limitado pelo arcabouço fiscal, que permite apenas 0,6% a 2,5% acima da inflação. Com isso, o valor estimado do salário mínimo para 2026 chega a R$ 1.620,99, arredondado para R$ 1.621. O reajuste total ficaria em 6,79%, ou R$ 103 acima do mínimo atual, de R$ 1.518.
O dado obriga o governo a rever cálculos projetados na LDO de 2026, que previa R$ 1.627, número maior que o estimado agora. Qualquer diferença impacta gastos como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que usa o mínimo como referência.
Enquanto o salário mínimo considera o INPC acumulado até novembro, outros benefícios seguem outra lógica. O seguro-desemprego, o teto do INSS e benefícios acima do piso usam o INPC fechado em dezembro. Já o IPCA, índice oficial de inflação, encerrou novembro em 0,18% e acumulou 4,46% em 12 meses, diferença explicada pelos pesos diferentes na cesta de consumo.
O INPC mede preços para famílias que ganham até cinco salários mínimos. Por isso, alimentos têm peso maior — cerca de 25% — enquanto itens como passagens aéreas pesam menos. A coleta ocorre em 16 capitais e regiões metropolitanas, incluindo Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre. O objetivo, segundo o IBGE, é preservar o poder de compra da população com menor rendimento.



























