Às vésperas do Dia das Crianças, é crucial refletir sobre quem serão os empreendedores do futuro.
O psicólogo Luiz Fernando García, renomado especialista em negócios de alta performance, destaca a importância de cultivar a autonomia, empatia e cooperação desde cedo para formar líderes capazes.
Ele identifica as gerações Y e Z como as que moldarão o futuro do empreendedorismo, enfatizando que traços de liderança surgem na segunda infância e adolescência.
Uma educação que incorpore o espírito empreendedor desde cedo é fundamental para preparar as próximas gerações de líderes.
Quem são os empreendedores do futuro?
Luiz Fernando García aponta ações e comportamentos que podem ajudar crianças e jovens a serem grandes líderes.

Psicólogo e psicanalista, Nando García é uma das referências brasileiras quando o tema são negócios de alta performance. Imagem: divulgação.
Ações afirmativas, reforço positivo e muito carinho. Estas características podem fazer nascer um empreendedor de sucesso, conforme aponta o doutor Luiz Fernando García, psicólogo e psicanalista, uma das referências brasileiras quando o tema são os negócios de alta performance e empreendedorismo.
Terapeuta de empresas e empresários, García, defende que, ao desenvolver qualidades como a autonomia, por exemplo, os pais estão plantando na criança e no jovem, a semente de um indivíduo com potencial capacidade de liderança no futuro.
Apoiado nestes estímulos em fazer com que a criança tenha iniciativa e predisposição a pequenos desafios que vão desde pegar algo sozinho na geladeira a tomar “pequenas decisões”, García reforça a importância das ações dos pais na construção de empreendedores.
Estes incentivos são determinantes para incutir na criança, o espírito empreendedor. Apoiar as decisões, dar pele e carinho, desenvolvem o centro cerebral da empatia, da cooperação.
Gerenciar é processo, liderar são pessoas. E uma das formas de se desenvolver líderes de alta performance, é desenvolver neles a empatia e a capacidade de cooperação. Isso auxilia a liderança ser mais funcional e performar melhor com equipe no futuro.
Quem será o empreendedor do futuro? García aponta para as gerações entendidas Y, nascidos a partir de 1980 e Z, , nascidos a partir de 2002, serão indivíduos com menos vínculo afetivo, mais desapegos, voltados à inovação e criatividade, ao digital e à incapacidade de trabalhar em ambientes isolados e sem feedbacks. Neste rol estão líderes nascidos a partir de 1982.
A identificação do futuro líder se dá por traços na segunda infância, entre os 02 e os 07 anos, e no início da adolescência, de perfis mais autônomos.
‘Deixa, eu faço’, ele não espera, quer fazer sozinho.
Ele sempre carrega traços de autonomia perante os grupos e uma leve tendência ao destaque. Na festa quando ele chega, todo mundo o chama pelo nome, no futebol esperam que ele chegue para escolher o time. Ele, muitas vezes, inicia estratégias de poder na escola, comenta o psicanalista.
Algumas dessas crianças, recebem abusos emocionais, intelectuais e de várias formas durante a adolescência, criando o dínamo da competição. E como fazer essa iniciação?
Alguns professores, como matemática, deveriam, por exemplo, trabalhar com precificação, ensinar o preço, exercício de como montar uma pizza, precificar, formar preço, vender.
São técnicas de ensino da matemática que podem ser facilmente transportadas para o exercício do empreender.
García também aposta na construção deste espírito de liderança desde sempre, e destaca a escola como um ambiente ideal para fomentar estas características.
E aí? Como está a autonomia dos seus filhos? Já havia pensado em um futuro empreendedor para ele?
Sobre o psicólogo Luiz Fernando García: Sob sua orientação, podemos destacar o desenvolvimento da primeira matriz curricular sobre empreendedorismo para o Ensino Médio, com conteúdo que subsidia o assunto: criação de pequenos negócios para o Ministério da Educação e Cultura – MEC, no ano 2000.
No fim da década de 1990, coordenou o desenvolvimento de conteúdo e métodos de capacitação que viabilizaram o Programa Integrado de Formação Empreendedora na Educação Profissional de Nível Médio Técnico, objetivando e capacitando 15 mil professores nesta área por todo o Brasil, por metodologias de educação à distância, projeto MEC-SEBRAE, onde foram desenvolvidos 8.700 planos pedagógicos de ensino na área de empreendedorismona e na educação profissional de Ensino Médio, o único emitido até hoje em toda América Latina.
Também é responsável pelas mais de 100 aplicações do Programa Integrado, responsável pela aplicação do Programa Integrado de Formação no Empretec, para selecionadores, coordenadores, credenciados e treinistas, formando mais de 300 pessoas nos estados de Rio Grande do Sul, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, e Alagoas.
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