
Navio com carros elétricos pega fogo e é abandonado no Pacífico | Reprodução
Um incêndio deixou à deriva, no meio do Oceano Pacífico, o cargueiro Morning Midas, que levava cerca de 3.000 veículos, incluindo 800 carros elétricos. A embarcação, operada pela Zodiac Maritime, partiu da China rumo ao México. Na última terça-feira (3), a tripulação detectou fumaça saindo de um dos conveses. Tentaram conter as chamas, mas o fogo saiu do controle.
A Guarda Costeira dos EUA agiu rápido. Resgatou os 22 tripulantes e os transferiu para um navio mercante próximo. Com isso, o Morning Midas foi abandonado no mar.
💥 Risco crescente nos oceanos
Esse não é um caso isolado. Em 2022, um navio com 4.000 veículos pegou fogo e afundou no Atlântico. Um ano depois, outra embarcação com quase 3.000 carros incendiou perto da costa holandesa. Em ambos os casos, a presença de veículos elétricos gerou suspeitas.
O alerta vem das próprias seguradoras. A Allianz já aponta as baterias de íons de lítio como um novo fator de risco para a navegação global. Quando pegam fogo, essas baterias geram calor extremo, são difíceis de apagar e exigem até 30 mil litros de água para resfriamento.
Dentro dos cargueiros, o perigo se multiplica. O espaço confinado, o calor acumulado e a ventilação limitada dificultam o combate ao fogo. Isso transforma cada navio cheio de EVs em uma bomba flutuante.
⚠️ Medidas ainda tímidas
Embora algumas entidades já tenham publicado diretrizes de segurança, o setor ainda carece de normas internacionais eficazes. Os incêndios em embarcações com veículos elétricos colocam em risco tripulações, fabricantes e seguradoras. A pressão por respostas rápidas aumenta.
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Mesmo assim, a Zodiac Maritime manteve silêncio sobre a origem dos carros a bordo. A falta de transparência gera especulações. Montadoras podem estar entre os afetados, mas nenhuma se pronunciou.
🔧 Transporte de carros precisa mudar
A indústria naval corre contra o tempo. O crescimento dos EVs exige mudanças estruturais no transporte marítimo. Sistemas de detecção precoce, protocolos de emergência atualizados e equipes treinadas se tornam indispensáveis. Além disso, o seguro para esse tipo de carga já começa a pesar no orçamento das operadoras.
O caso do Morning Midas reforça um fato incontestável: o transporte marítimo precisa se adaptar à era elétrica. Cada navio carrega não apenas veículos, mas também riscos que exigem atenção imediata.