O Big Brother Brasil, programa de entretenimento que cativa milhões de pessoas, na TV, na internet e nas redes sociais, iniciou mais uma temporada, a edição 2024. Como um verdadeiro experimento social, o BBB cria um cenário onde proporciona aprendizados em meio a suas dinâmicas intensas.
Rodrigo de Aquino, especialista em psicologia positiva, felicidade e bem-estar, compartilha que o BBB é um programa feito de relações humanas e por isso, não é simples analisar os formatos, os acontecimentos e as reações dos participantes.
“Conversas, enfrentamentos, resiliência nas provas, adaptabilidade na xepa ou na falta de camas, flexibilidade diante dos diferentes. É uma experiência que, mesmo sendo um programa de entretenimento, reflete aspectos reais da vida, envolvendo superação, mas também brigas, medos, ansiedades, etc”, explica.
O programa tem funcionado como um catalisador para a discussão de temas relevantes, tais como machismo, racismo e positividade tóxica. Os participantes, por sua vez, têm desempenhado o papel de agentes de mudança ao apresentarem exemplos positivos, como tolerância, comunicação não violenta, resiliência e coragem.
Às vésperas do início do programa, uma potencial participante optou por desistir, pois durante o período do pré-confinamento enfrentou crises emocionais intensas. Ao perceber que não conseguiria lidar com o confinamento na casa mais vigiada do Brasil, ela desabafou, afirmando:
“Abandonei um dos maiores sonhos da minha vida. Não fui fraca; tive que ser incrivelmente forte para desistir de algo que esperava há anos”.
Aquino destaca que a maior lição do BBB é a autenticidade, evidenciando que pessoas naturais, sinceras e transparentes têm tido uma vida longa dentro e fora do programa. Apesar de casos isolados de manipulação e questionamentos de caráter, a autenticidade prevalece como um valor fundamental.
Novidades
A edição 2024 traz uma novidade com o novo modelo de votação, utilizando média ponderada. Aquino acredita que essa dinâmica trará mais equidade ao jogo, refletindo de forma mais precisa a vontade da audiência e eliminando distorções causadas por números expressivos que nem sempre representam a opinião da maioria.
“Essa questão também me faz pensar sobre a importância da moderação. O programa pode despertar gatilhos negativos, gerando ansiedade e desconexão com a vida real. É preciso consumir o conteúdo de forma responsável e tolerante, consigo e com os outros, evitando desentendimentos banais nas redes sociais, por exemplo”, reforça o especialista.
Vale destacar que o programa também pode inspirar comportamentos positivos, através das narrativas de superação, resiliência e autenticidade, como as apresentadas no BBB. A aceitação e identificação com os participantes podem contribuir para a construção de uma mentalidade mais otimista e fortalecer as habilidades de enfrentamento. O que acontece dentro da casa ganha holofotes e lentes de aumento aqui fora, todos os temas inspiram podem gerar reflexões e transformações sociais.
Fenômeno
O BBB continua a ser mais do que um programa de televisão. Trata-se de um fenômeno cultural que, além de entreter, provoca reflexões sobre a natureza humana. Molda não apenas os participantes, mas também a audiência e a sociedade como um todo.
Nos próximos 3 meses, está permitido dar uma espiadinha na casa do BBB. Porém, que nunca deixem de olhar profundamente para si e para a sua vida real. Assim, o entretenimento fica no seu devido lugar, causando menos impacto negativo na saúde mental das pessoas.