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Ilha do Governador: Bombeiros atuam em fábrica de óleo incendiada | Divulgação/Governo do Rio
O Corpo de Bombeiros segue atuando no rescaldo do incêndio que atingiu a fábrica de óleo da empresa Moove, antiga Cosan, no bairro da Ribeira, Ilha do Governador. O fogo começou na tarde de sábado (08) e gerou uma densa fumaça, visível de várias partes da cidade. Moradores relataram forte cheiro de fumaça, causando desconforto e sintomas como ardência nos olhos e enjoos.
Mais de 100 bombeiros de 20 unidades foram mobilizados para conter as chamas, que foram controladas por volta das 20h30. Apesar disso, os trabalhos continuam para evitar novos focos e monitorar a situação.
Nas redes sociais, moradores expressaram preocupação com o cheiro de combustível na região. Alguns relataram dores de cabeça e ardência. “Fiquei assustada com o cheiro de combustível aqui na Freguesia”, comentou uma moradora. Outra usuária afirmou que precisou fechar portas e janelas para minimizar os efeitos da fumaça.
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A Secretaria Municipal de Saúde colocou os postos de saúde em prontidão para atender moradores que necessitem de assistência. O subprefeito das Ilhas do Governador, Fundão e Paquetá, Rodrigo Toledo, garantiu que não houve necessidade de evacuação na área. Contudo, eventos programados, como a Feira da Ribeira e um bloco de Carnaval na Praia do Jequia, foram cancelados.
O governador Cláudio Castro manifestou solidariedade aos moradores e afirmou que as causas do incêndio serão investigadas.
“Minha solidariedade e apoio aos trabalhadores, comerciantes e moradores prejudicados. Seguimos trabalhando para extinguir as chamas e oferecer assistência necessária”, declarou em nota.
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que não foram detectados vazamentos ambientais. Equipes do instituto realizam vistorias para avaliar possíveis impactos ambientais.
“O Instituto tomou medidas de prevenção e acionou, junto à Capitania dos Portos, o Plano de Área da Baía de Guanabara”, informou o Inea.
A Moove esclareceu que a fábrica estava inoperante no momento do incêndio. A empresa afirmou que o fogo se restringiu à área produtiva e não atingiu os tanques de armazenamento.
“Todos os protocolos de segurança estão sendo aplicados. Forneceremos mais informações ao longo do dia”, informou a companhia.
Entidades ambientais alertam para riscos
O Movimento Baía Viva, organização ambiental, destacou que um inquérito de 2018 no Ministério Público do Rio (MPRJ) já alertava sobre riscos de acidentes na fábrica da Moove. A ONG afirma que as instalações representam risco devido ao armazenamento de materiais inflamáveis e tóxicos na região.
Em resposta, o MPRJ instaurou um inquérito civil para investigar possível omissão do poder público no gerenciamento de riscos ambientais na Ilha do Governador. A investigação aguarda informações do Inea, da Secretaria Municipal de Urbanismo e do próprio Movimento Baía Viva.
Neste sábado (8), o Movimento Baía Viva ressaltou que o Inea havia classificado as instalações da Moove como seguras em processos anteriores. A organização afirma que a tragédia reforça a necessidade de revisão dos protocolos de segurança para evitar futuros desastres ambientais na região.