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Ícone da TV, Léo Batista está internado em estado grave no Rio de Janeiro

Léo Batista tem, além da voz, uma carreira marcante que o consagrou como ícone da TV: apresentador está internado há três semanas | Reprodução

Reportagem: Gabriel Gontijo e André Freitas
Edição: André Freitas

Um dos maiores nomes do jornalismo brasileiro, em especial da mídia esportiva, o apresentador Léo Batista está internado. A informação foi divulgada inicialmente pelo portal Goiás 24 horas. Já a apuração da Folha do Leste descobriu que a internação tem quase três semanas.

Ainda de acordo com a publicação do Goiás 24 horas, o motivo que levou o apresentador ao hospital foi uma trombose. Entretanto, com o avanço na apuração do fato pelo Folha do Leste, fontes ouvidas por nossa reportagem indicaram que houve piora no quadro clínico no início desta semana.

O Folha do Leste está tentando, com insistência, contato com a assessoria da TV Globo pelos meios disponíveis: e-mail e WhatsApp. Porém, não houve nenhum retorno até o momento da publicação. Entretanto, de acordo com a jornalista Fábia Oliveira, do Metrópoles, o comunicador está internado no Rios D’Or, na Freguesia, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. A situação clínica de Léo Batista é grave ao ponto dele sequer poder se submeter a uma transferência.

Informações apuradas pelo Folha do Leste indicam que a família de Léo Batista queria transferi-lo para o Copa Star, da mesma rede, a D’or. Entretanto, os médicos os convenceram, sob argumentos clínicos, que o procedimento representava riscos à saúde de Léo, já fragilizada.

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Vale destacar que, em algumas oportunidades, tivemos a oportunidade de dividir espaços com Leo Batista, apesar de suas raríssimas aparições nas transmissões externas de eventos esportivos. Mesmo sem gozar de qualquer relação de intimidade com ele, trata-se de um profissional extremamente humilde para a estatura de sua carreira.

Justamente pela raridade de suas aparições, Léo sempre atraiu, de forma natural, atenção pra si, principalmente por conta de sua simplicidade. Afinal, por mais comum que uma história parecesse pra ele, seus interlocutores não podiam entender de igual forma. Afinal, tratavam-se de fatos e épocas que não tivemos a oportunidade de viver. Em contrapartida, estávamos ali, ao lado de enciclopédia viva daqueles tempos que nós gostaríamos de ter vivido.

Não se trata de idolatria, mas sim de respeito. Respeito que essa dupla, que redige esse texto a quatro mãos, têm por quem chegou antes de nós.

Se a raridade das aparições públicas do Leo Batista não nos permitiu uma aproximação de relacionamento mais estreito a nível profissional, nós fazemos parte daqueles que estão na torcida por sua recuperação. Até porque a maior parte de nossa geração – dos nascidos nos anos de 1970 até os anos de 1990 – de alguma forma se inspirou ou aprendeu com o trabalho de excelência que o Léo Batista desempenhou.

Logo, ele passa a ser para as gerações deste período que citamos como uma Bíblia da comunicação. Justamente por isso, uma frase dita por ele no banheiro, mesmo que de forma aleatória, tem o peso de um versículo.

Esperamos vê-lo fora dessa situação em breve. Para que ele ainda possa mostrar a muitos que ser jornalista não corresponde à apenas ter um crachá pendurado no pescoço escrito repórter, estando empregado numa grande empresa, copiando e colando o trabalho dos outros. Mas sim ter o dom de saber contar histórias, relatando cada desdobramento com a emoção de cada episódio e respeito ao seu público.

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Infelizmente, o próprio fato que gera esta notícia – a internação do Léo Batista e seu consequente estado de saúde – passou a fazer parte desse jornalismo rasteiro. Enquanto o Goiás 24 horas e o Folha do Leste – portais de notícias regionalizados estavam na dianteira da apuração do fato, um outro veículo de comunicação, aproveitando-se de nossa boa-fé, quis afamar-se da pauta servindo de escada para portais maiores. Para isso, simplesmente copiaram e colaram o que fizemos, sem sequer, inicialmente, nos dar qualquer crédito.

Procedimentos como esse nos fazem valorizar pessoas como Léo Batista. Um profissional de verdade, que jamais quis parar de trabalhar. E, ao que parece, a TV Globo respeitou isso, dand0-lhe um contrato vitalício. Ou seja, enquanto Léo Batista viver, sua voz e o seu trabalho estarão caminhando lado a lado com a emissora que tem a marca dele e vice-versa.

“Seu Léo”, ainda precisamos muito do senhor por aqui. Suas qualidades humanas, como pontualidade, disciplina, honestidade, honra, gratidão, otimismo, respeito, altruísmo, generosidade, bom caráter, senso de humor, paciência, versatilidade e flexibilidade são altamente necessárias nesse mundo louco e intolerante que estamos vivendo.

Mudança de cidade e de nome

Nascido em Cordeirópolis em 22 de julho de 1932, João Baptista Belinaso Neto é filho dos imigrantes italianos Antônio e Maria Belinaso. Entretanto,  teve que deixar o colégio interno, aos 14 anos, para ajudar no sustento da família. Para completar os estudos, mudou-se para Campinas. Trabalhou como garçom e faz-tudo na pensão do pai, antes de se dedicar integralmente ao rádio.

Léo tem como nome de registro João Baptista Bellinaso Neto. Entretanto, adotou como nome profissional Léo Batista depois que ouviu do narrador e comentarista Luiz Mendes que não ficaria sonoro usar João Baptista no rádio. Mas antes desse encontro, Seu Léo, como muitos carinhosamente o chamam, iniciou a trajetória em Birigui, no interior de São Paulo.

Léo Batista mudou-se para o Rio de Janeiro em 1952, para tentar uma vaga na Rádio Clube do Brasil. Mas tornou-se funcionário da Rádio Globo ao integrar a equipe de Raul Brunini. No primeiro trabalho pela emissora, ele relatava as notícias como Belinaso Neto, trabalhando como locutor e redator de notícias do tradicionalíssimo programa noticioso “O Globo no Ar”‘.

Coube a Léo Batista a apresentação de duas edições extras memoráveis de “O Globo no Ar”, na quais informou a todo país dois dos fatos mais importantes da história do Brasil no século XX: o atentado ao jornalista e deputado federal Carlos Lacerda, em 5 de agosto de 1954; e a morte do presidente Getúlio Vargas, no dia 24 subsequente.

Ouça Léo Batista em "O GLOBO NO AR", na edição extra de 5 de agosto de 1954: atentado na Rua Tonelero, em Copacabana, contra o jornalista e deputado federal Carlos Lacerda - Folha do Leste | Rádio Globo/Reprodução

Ouça Léo Batista em "O GLOBO NO AR", na edição extra de 24 de agosto de 1954: informando a morte do Presidente Getúlio Vargas, no Palácio d Catete. Folha do Leste | Rádio Globo/Reprodução

Também em 1954, passou a trabalhar também na equipe esportiva da mesma rádio. Na ocasião, participava do programa ‘Parada de Sucessos’ e escrevia anúncios publicitários.

A mudança de Bellinaso Neto para Léo Batista aconteceu depois de narrar o jogo entre Bonsucesso e São Cristóvão pelo Campeonato Carioca de 1954. Em entrevista ao Memória Globo, ele falou que até hoje os parentes só o chamam de Léo.

 “O curioso é que a família, minha irmã, minha mãe, ninguém mais me chamou pelo outro nome. Para todos, passei a ser Léo”, revela.

 

http://instagram.com/folhadoleste

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