Hospital Antônio Pedro reconstrói crânios com ajuda de impressora 3D. Vejamos o osso do crânio reconstruído com ajuda do molde – Foto: Divulgação/Huap
O Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) realizou, no último mês de abril, um procedimento inédito de reconstrução do crânio de um paciente. A unidade usou o auxílio de um molde projetado pelo Fab Lab Health, Science & Education, o laboratório de impressão 3D da instituição.
A cranioplastia – cirurgia de reconstrução do crânio, trata-se de procedimento oferecido pelo Huap-UFF aos pacientes do Sistema Único de Saúde. A terapia usa cimento ósseo para fazer a reconstituição. Como se tratava do osso frontal do crânio, que fica região da testa, houve a necessidade de um cuidado maior devido à questão estética.
Para que fosse obtida a maior precisão possível na construção do molde que seria utilizado, a equipe do Fab Lab entrou em ação realizando cálculos baseados nos exames de tomografia do paciente, que possibilitaram o encaixe preciso do molde no crânio.
► Leia mais notícias sobre Niterói aqui
A partir destes estudos, houve a realização da impressão 3D desse molde, utilizando a técnica de impressão de filamentos, em resina autoclavável. Sobretudo, um material próprio para a utilização no centro cirúrgico e, posteriormente, utilizado o cimento ósseo para se adaptar ao formato exato do osso frontal.
“Foi a primeira vez que utilizamos este tipo de material e a tecnologia da impressão 3D na neurocirurgia. Dentre os benefícios para o paciente estão a proteção, pois antes estava com o cérebro exposto, também melhora muito nos casos em que a pessoa tem dor de cabeça, convulsão, melhora sintomas de fraqueza, além da questão estética”, explica Gabriel Escudeiro, neurocirurgião do Huap-UFF que coordenou o procedimento cirúrgico.
Hospital Antônio Pedro reconstrói crânios com ajuda de impressora 3D: inovação e tecnologia em prol da ciência e da humanidade | Divulgação/Huap
O coordenador do Fab Lab Health, Science & Education, Cláudio Tinoco, explica que o objetivo do laboratório de impressão 3D do Huap é propiciar a inovação, bem como melhorar a eficácia dos atendimentos aos pacientes do SUS. Dessa forma, a impressão de órteses e próteses se torna uma das possibilidades de uso da tecnologia.
“Esse processo todo envolveu um grande planejamento, muitos cálculos, foi uma equipe interdisciplinar com médicos, designers, engenheiros, físicos, houve muito estudo e troca de experiências. Uma prótese como esta custa mais de R$ 100 mil, e conseguimos fazer por um preço em torno de R$ 2 mil, o que representa uma economia para o SUS, um benefício para o paciente, além do estímulo à tecnologia, à inovação e ao empreendedorismo”, destaca o professor.
Por fim, as equipes do Fab Lab e do Serviço de Neurocirurgia do Huap pretendem, ainda, publicar a pesquisa como forma de disseminar o conhecimento no assunto.
