Representantes da concessionária e do Estado em reunião – Foto: Reprodução/Instagram
O governo estadual cobrou à concessionária Enel soluções e ações de prevenção para os constantes apagões registrados em Niterói. Na última semana, pontos da cidade ficaram até quatro dias sem fornecimento de energia.
A Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar (Seenemar) recebeu representantes da empresa, na última terã-feira (10), para uma reunião no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no Rio de Janeiro.
O subsecretário da pasta, Felipe Peixoto, afirmou ter cobrado da empresa maior eficiência no restabeleciemento do fornecimento de energia, em casos de interrupção. Ele salientou para os danos materiais que a falta de energia pode provocar aos clientes.
É fundamental que todos tenhamos um serviço de qualidade e confiável, afinal, a energia elétrica é essencial para o nosso dia a dia e a demora no seu reestabelecimento provoca sérios danos aos clientes”, disse Peixoto.
Árvore cai sobre rede elétrica em Icaraí – Foto: Divulgação/NitTrans
Maricá
Segundo a Enel, a cidade de Maricá também registrou interrupções no fornecimento de energia, no último final de semana. Assim como em Niterói, a empresa atribiu às chuvas a responsabilidade para o problema e destacou que dezenas de árvores caíram sobre a rede de distribuição da concessionária.
Estou acompanhando de perto essa situação e lutando para que os moradores de Niterói e Maricá tenham um fornecimento de energia adequado”, acrescentou Peixoto.
O subsecretário também destacou que o órgão está aberto à reclamações de clientes que tenham dificuldades com a prestação de serviço da Enel.
Negligência
Além dos casos de falta de luz, uma pessoa morreu, em Charitas, Zona Sul de Niterói, eletrocutada por um cabo solto da Enel. A advogada e consultora jurídica do FOLHA DO LESTE, Damiane Arruda, não dem dúvidas ao afirmar: há negligência por parte da empresa.
A empresa Enel conta com milhares de reclamações nos sites a disposição dos consumidores e inúmeras ações judiciais. Familiares de pessoas que perdem suas vidas pela falha na prestação de serviços, referente a fios desencapados ou abandonados em via publica, não conseguem ao menos dar continuidade as suas vidas”, salientou Damiane.
Ainda segundo Damiane, muitas vezes consumidores fazem contato relatando a localização dos fios, porém sem êxito. A consultora jurídica também criticou a postura da empresa quando diz que “está prestando apoio aos familiares” em casos como o de Charitas, Para Damiane, isto é uma forma de tentar se esquivar da obrigação de indenizar.
Com o intuito de não indenizar ou evitar ações judiciais, a empresa solta notas de que está prestando todo apoio aos familiares, maso que vemos é totalmente o contrário. De acordo com o artigo 927 do Código Civil, o dever de indenizar nasce a partir do momento em que aquele que, por ato ilícito (Arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”, acrescentou a advogada.
Cabo solto da Enel mata homem eletrocutado na Zona Sul – Foto: Reprodução
O que diz a Enel
Em relação aos apagões, a Enel afirmou que as interrupções foram geradas pelo temporal da última quinta-feira (5) e pelas fortes chuvas de sábado (7), que atingiram Niterói. A chuva intensa, acompanhada por fortes ventos e descargas atmosféricas, derrubou árvores de grande porte. Algumas delas centenárias, causando danos graves em diversos trechos da rede elétrica.
Já no que diz respeito à morte do homem em Charitas, a concessionária disse que lamenta o fato ocorrido e explicou que, após as fortes tempestades de sábado, uma árvore de grande porte caiu sobre a rede elétrica, derrubando um trecho da rede da distribuidora. A Enel informou ainda que segue padrões rigorosos de segurança em suas operações e está buscando contato com a família para oferecer assistência.
