A Polícia Federal (PF) prendeu, neste sábado (14), o general da reserva Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro (PL). A detenção ocorreu em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Braga Netto será encaminhado ao Comando Militar do Leste, onde permanecerá sob custódia do Exército.
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A prisão preventiva do general faz parte da Operação Contragolpe, que investiga uma tentativa de golpe e o suposto planejamento de homicídios contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Segundo a PF, além do mandado de prisão, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão e uma medida cautelar em locais no Rio de Janeiro e em Brasília.
Operação visa proteger investigação
De acordo com a PF, as ações têm como objetivo evitar que os investigados prejudiquem a coleta de provas no inquérito.
“As medidas judiciais têm como objetivo evitar a reiteração das ações ilícitas”, destacou a corporação em nota.
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A operação contou com o apoio do Exército para o cumprimento das ordens judiciais.
Indiciamento em investigação anterior
Em novembro, a PF havia indiciado Jair Bolsonaro, Braga Netto e outros 35 investigados por crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Entre os indiciados também está Valdemar Costa Neto, presidente do PL. O relatório da Operação Contragolpe, com 884 páginas, menciona Braga Netto 98 vezes, destacando seu papel como figura central na articulação do suposto golpe.
Suposta liderança em núcleos operacionais
A PF aponta que Braga Netto fazia parte de dois núcleos-chave: o “Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe” e o “Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas”.
Ele teria escolhido alvos para ataques contra militares contrários ao golpe e influenciado o apoio aos demais núcleos de atuação.
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Os investigadores relatam que, em novembro de 2022, após o segundo turno das eleições presidenciais, militares investigados participaram de reuniões em Brasília para elaborar o plano que seria apresentado a Braga Netto.
Essas reuniões, segundo a PF, foram essenciais para o planejamento das medidas coercitivas previstas no suposto golpe.
Defesa nega envolvimento
A defesa de Braga Netto alega que ele desconhece qualquer documento relacionado a um golpe ou ao planejamento de homicídios.
Até o momento, seus advogados não se manifestaram oficialmente sobre a prisão realizada neste sábado.
Próximos passos da investigação
A PF continuará analisando os elementos colhidos na Operação Contragolpe. A data de audiência do general ainda não foi divulgada.
O caso segue em segredo de justiça para garantir a segurança das investigações.