A 3ª Vara Federal Criminal decidiu revogar uma das prisões preventivas do empresário Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o “Faraó dos Bitcoins”, nesta segunda-feira. A decisão se refere a um dos processos por estelionato, cometido contra duas pessoas, e ele segue preso na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, respondendo a 13 ações penais, das quais ainda restam seis prisões preventivas. No entanto, a revogação da prisão não anula as provas contra ele, segundo a juíza federal Rosália Monteiro Figueira, que cancelou o mandado de prisão.
O “Faraó dos Bitcoins” é suspeito de liderar uma organização criminosa com o objetivo de eliminar concorrentes no mercado de criptomoedas. Em dezembro de 2020, o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) desencadeou a Operação Novo Egito, que revelou o envolvimento do empresário em esquemas de pirâmide financeira disfarçadas de investimentos em bitcoins. A investigação constatou que ele destinava parte dos recursos obtidos com a fraude para o aluguel de carros, compra de armas, pagamento de seguranças e contratação de detetives e pistoleiros para garantir a sua soberania no mercado.
As investigações também descobriram que Glaidson criou seis empresas de fachada para garantir o fluxo financeiro entre o seu negócio, liderado pela GAS Consultoria e Tecnologia, e o “setor de inteligência”. Dois outros empreendimentos, a Central Pescados e Alimentos Mourão e a Alfabank Consultoria e Investimentos, eram utilizados para enviar dinheiro aos executores dos crimes. Os diálogos do empresário, obtidos pela quebra do seu sigilo telefônico, revelaram que ele recorria a esse “setor de inteligência” para dar ordens diretas aos seus subordinados sobre quais concorrentes deveriam ser eliminados.
Com sua prisão, Glaidson Acácio dos Santos tornou-se um dos principais alvos da Operação Kryptos, deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal em agosto de 2021. Apesar da revogação da prisão em um dos processos, o empresário continua preso por suspeita de liderar uma organização criminosa.