
Família de Juliana Marins soube de autópsia pela imprensa e critica falta de respeito | Reprodução
A dor pela perda de Juliana Marins ganhou mais um capítulo cruel. A família da jovem alpinista, que morreu após cair do Monte Rinjani, na Indonésia, só soube dos resultados da autópsia pela imprensa. O legista responsável, Ida Bagus Alit, deu entrevista antes de qualquer contato oficial com os parentes, o que gerou revolta. Em entrevista feita ao GLOBO, Mariana Marins, irmã de Juliana, disse:
“Tudo o que eu sei, vi pela mídia. Em nenhum momento houve compaixão ou respeito suficiente para nos reunir e informar primeiro. Ficamos sabendo depois porque o legista quis seus 15 minutos de fama, mais um absurdo no meio de toda essa história” disse Mariana Marins.
Informações foram repassadas após coletiva
O pai de Juliana, Manoel Marins, que está em Bali, só foi informado sobre os resultados horas depois da coletiva. Segundo Mariana, a possível reunião com a família, apenas cogitada após a repercussão negativa.
O médico informou que Juliana morreu por trauma grave, com fraturas no tórax, coluna, ombro e perna, o que causou hemorragia interna intensa. Estimou a morte cerca de 20 minutos após o ferimento fatal, mas sem cravar data, local exato ou qual das quedas foi a definitiva.
Família contesta versão das autoridades locais
A cronologia apresentada entra em conflito com vídeos feitos por turistas e relatos de testemunhas. Mariana afirma que há registros de Juliana viva ao menos três horas após a queda inicial, pedindo ajuda e sendo localizada por drone.
“Se o legista disser que a morte foi 12 horas após a primeira queda, isso é mentira. Temos relatos de turistas, registros, vídeos… muita coisa que comprova que a Juliana ficou viva por muito mais tempo. O ferimento fatal pode ter acontecido na última queda, já perto do resgate. Agora, se ele confirmar que foi entre 12 e 24 horas antes do resgate, isso muda tudo” diz muita coisa, completou Mariana.
Juliana caiu no sábado, 21 de junho, e o corpo, acabou sendo resgatado na quarta-feira (26). A margem de tempo apresentada pelo legista — “entre 12 e 24 horas antes das 22h05” — levanta dúvidas. Não se sabe nem a que dia essa estimativa se refere.
Família promete buscar justiça
Além da dor e da indignação, a família cogita medidas legais. Em postagens no Instagram, os parentes afirmam que Juliana acabou sendo vítima de negligência no resgate.
“Se tivessem feito o resgate nas sete horas estimadas, ela estaria viva. Agora, buscaremos justiça”, escreveu o perfil que representa os familiares.
O caso repercutiu nas redes sociais, com brasileiros cobrando das autoridades indonésias explicações sobre a lentidão no socorro e a ausência de um helicóptero no momento mais crítico.