Foto: Divulgação
O domínio de grupos armados na área do Grande Rio, dentro do período de 16 anos, dobrou, com o crescimento de 105,73%. Em 2023, o Comando Vermelho (CV) superou as milícias e se tornou a organização criminosa que controla mais localidades na região, segundo levantamento do Instituto Fogo Cruzado e do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni-UFF), divulgado nesta segunda-feira (15).
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No ano passado, 52% da área ocupada por grupos armados no Grande Rio estavam sob o controle do CV. Assim, as milícias, o Terceiro Comando Puro (TCP) e o Amigos dos Amigos (ADA) tiveram redução em suas áreas de domínio.
A retomada do CV foi impulsionada pelo crescimento na Baixada Fluminense e no Leste Metropolitano, que somaram 85% das áreas conquistadas pela facção em 2023. Já as milícias acumularam as maiores perdas na Baixada, seguida da Capital, e principalmente na Zona Oeste.
Em números:
- 242,21 km² dominados pelo CV (51,9%)
- 182,24 km² dominados por milícias (38,9%)
- 35,32 km² dominados pelo TCP (7,7%)
- 4,02 km² dominados pelo ADA (0,8%)
Embora o CV seja o grupo com maior área de controle, as milícias ainda dominam a Capital Fluminense. Contudo, dos 155,33 km² de área da cidade dominada por algum grupo armado em 2023, 66,2% estavam sob influência das milícias.
Dessa forma, a Zona Oeste da cidade foi palco de um dia de terror e caos em 2023, quando 35 ônibus, estações de BRT e uma composição dos trens urbanos foram queimados em resposta à morte de uma das lideranças da milícia em uma operação policial.
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Na Zona Norte, o CV predomina. Sendo assim, em 2023, dos 32,24 km² de extensão territorial na região sob domínio de grupos armados, 60,5% eram controlados pelo CV.
O estudo do Instituto Fogo Cruzado e do Geni-UFF analisou 704.387 denúncias coletadas através do portal do Disque Denúncia que mencionavam milícias ou tráfico de drogas entre 2005 e 2023.
Enfim, para Maria Isabel Couto, diretora de dados e transparência do Instituto Fogo Cruzado, a ausência de políticas públicas efetivas para desarticular as redes criminosas e proteger a população pode levar a novas oscilações no domínio territorial dos grupos armados.
