
André Freitas, diretor do Folha do Leste, registra ocorrência contra Major Clímaco, coordenador do Segurança Presente Niterói na 76ª DP (Centro) | Luiz Abud/Folha do Leste
O jornalista, radialista e empresário André Freitas, diretor-responsável do FOLHA DO LESTE, registrou neste sábado ocorrência policial contra o major Climaco, Coordenador do Segurança Presente Niterói e oficial da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ). Tal procedimento se deve à reação do PM, nesta sexta-feira (25) após a publicação da reportagem exclusiva “Amigo de Jordy: Major Climaco, do Segurança Presente Niterói , confirma parentesco com fantasmas do “Escândalo do Ceperj”.
A reportagem expôs ainda os comportamentos adotados pelo oficial vedados pelo Estatuto da PMERJ. Principalmente, suas manifestações públicas em apologia ao deputado federal Carlos Jordy. De igual forma, sua simbiose com o bolsonarismo. A matéria também fez críticas.
Cerca de três horas após a publicação da matéria, Climaco enviou mensagem de teor capacitista e intimidatório para André Freitas, via WhatsApp.
“Deus marca as pessoas ruis (ruins), por isso passa pelo que esta passando, boa sorte”.
Mais tarde, num grupo de moradores de um bairro da Região Oceânica do qual André Freitas ainda faz parte, Climaco alertou membros sobre a sua presença.
“Cuidado com o que falam no grupo (sic) André Freitas está aqui e ainda gosta de informar quem passa informações mais precisas para ele fazer matéria”

Foto: Reprodução/WhatsApp
Além disso, Climaco cogitou que as doenças de André Freitas estariam associadas a “falta de caráter”.

Foto: Reprodução/WhatsApp
Saga
O jornalista possui duas doenças autoimunes, além de outras incapacitantes, e está debilitado há 2 anos e meio. Nesse meio tempo, interrompeu sua carreira como diretor de rádio e locutor esportivo, com vasta experiência internacional, e trabalha com dificuldades e limitado por suas doenças.
Quando adoeceu, em abril de 2022, André Freitas também ocupava o cargo de editor-chefe de A Tribuna e diretor-geral da Rádio Absoluta, no Norte Fluminense. Ele se preparava para cobrir sua terceira Copa do Mundo, mas teve de abdicar de suas relações empregatícias para cuidar da saúde.
Na ocasião, estava trabalhando na cobertura dos desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, quando começou a passar mal, no sambódromo. Como em fevereiro ainda não havia segurança sanitária para a realização do evento, a festa aconteceu entre 20 e 23 de abril, aproveitando os feriados de Tiradentes e São Jorge. Tratava-se do primeiro carnaval após a pandemia, após o início da queda de casos e mortes da covid-19.
Sindicato dos Jornalistas emite nota de repúdio
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro se manifesta publicamente em apoio ao jornalista André Freitas, editor do jornal Folha do Leste, e repudia as agressões e intimidações sofridas pelo jornalista por pessoas ligadas ao candidato de oposição à Rodrigo Neves.É repugnante, perverso e contra o princípio democrático, tentar calar o exercício do jornalismo e atacar um profissional respeitado estadual, nacional e internacionalmente, com falas grotescas e preconceituosas em relação a um problema de saúde que o afeta e que precisa de permanente observação médica.Niterói sempre foi palco de disputas políticas e divergências, mas com ética, respeito e senso democrático.Neste sentido, o Sindicato, além de apoiar o jornalista André Freitas, solicita às autoridades públicas de Segurança, Direitos Humanos e Tribunal Regional Eleitoral, que tomem providências não só para o exercício profissional, mas em defesa de sua vida e família.Comunicamos e solicitamos também o apoio da Associação Brasileira de Imprensa e da Federação Nacional de Jornalismo.Em tempo, o candidato a prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, aparece nas pesquisas publicadas em primeiro lugar com uma boa margem de votos nas eleições do segundo turno.Mario José SousaPresidente
Vídeo mostra a resistência e luta pelo certo
“Quero me dirigir a você, que é leitor, como também aos meus colegas jornalistas, amigos, familiares e pessoas que me conhecem ao longo dos meus 46 anos de vida e mais de 25 de carreira no jornalismo. Eu fiz algo pela primeira vez. Já sofri muitas intimidações, mas nada como uma injúria acompanhada de uma tentativa de intimidação vinda de uma pessoa que responde pelo cargo de um importante programa de segurança pública na cidade de Niterói”, declarou Freitas.
Liberdade de imprensa: garantia constitucional
O Folha do Leste lembra que a liberdade de imprensa é uma garantia constitucional presente nos artigos 5º e 220. No primeiro, nos incisos XIII e XIV, a Carta Magna garante o seguinte:
XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
Já o artigo 220 diz o seguinte em seu caput e nos parágrafos 1º e 2º
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição .
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
E como forma de respeitar a Constituição, nós, da Folha do Leste, SEMPRE nos dispusemos ao estabelecimento de contraditório, assim como a eventuais pedidos de direito de resposta.
O Coordenador do Segurança Presente Niterói, respondeu aos nossos questionamentos e teve suas respostas devidamente publicadas. Mas se as considerou insatisfatórias, poderia ter procurado a equipe do Folha do Leste, que sempre o tratou com deferência e distinção, ao invés de adotar uma postura incompatível com a responsabilidade do cargo que ocupa.
Via de regra, matérias jornalísticas tem efeito ou repercussão favorável ou desfavorável a algum personagem. Jamais o oficial da PM teve semelhante preocupação quando ele se tratava do herói das reportagens. Por fim, vale citar:
“Jornalismo é publicar aquilo que não quer que se publique. Todo o resto é publicidade”, autor desconhecido.