Nesta segunda-feira (29), a deputada federal Talíria Petrone (Psol), candidata a prefeitura de Niterói, recebeu um ataque racista, juntamente com uma ameaça de morte. O crime aconteceu através de mensagem enviada aos e-mails institucionais da parlamentar.
Segundo Talíria, o criminoso está exigindo que ela renuncie ao seu mandato de deputada federal, assim como desista disputar a eleição para a Prefeitura de Niterói. Ele ainda fez ameaças à sua família e a chamou de “macaca fedorenta” – expressão racista repugnante.
Muito abalada, ela classificou a mensagem como “impactante”.
“O criminoso disse textualmente: Talíria Petrone, sua macaca fedorenta, a milícia tem que te colocar no caixão. Se você não renunciar ao seu mandato de deputada e à sua candidatura a prefeita de Niterói e abandonar a política, eu vou te matar”, reproduziu, abalada.
A deputada disse ainda que o marginal cita seus endereços, bem como detalhes de sua rotina pessoal e profissional. Entretanto, as menções feitas aos seus filhos mexeram demais com o lado maternal de Talíria, causando-lhe gravíssima perturbação.
“Como se não bastasse, ele cita nominalmente cada um dos meus filhos, o que mexeu muito comigo. Quem é mãe, pode imaginar”
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Próximos passos
Talíria disse que está acionando todas as autoridades competentes e todas as medidas cabíveis contra quem lhe ameaçou, apesar de não ter feito nenhuma menção sobre sua possível identidade. E disse ter um recado muito firme para dar ao criminoso. E que o mesmo vale para qualquer pessoa que ouse lhe intimidar ou a qualquer outra mulher ou pessoa negra na política.
“Nós não vamos recuar. Nós vamos dobrar a nossa força. Eles não querem mulheres na política, nós vamos dobrar nosso tamanho. Eles não querem pessoas negras na política, nós vamos dobrar nosso tamanho. Eles querem que a gente renuncie nosso mandato, nossa candidatura à prefeita, nós vamos dobrar o tamanho da nossa candidatura”, frisou
Por fim, Talíria disse tal ataque atinge, sobretudo, toda a democracia, que para ela está pronta para ter mais deputadas, prefeitas, governadoras. Inclusive, para ter uma mulher negra presidindo o país.
“Nunca foi tão importante apoiar candidaturas de mulheres, candidaturas de mulheres negras. A gente precisa de paz na política. E não há paz, enquanto nós mulheres, nós, pessoas negras, não pudermos fazer política em paz. A gente sabe que a divergência faz parte da política, deve ser celebrada. A violência, jamais”, concluiu.
Bancada do Psol-Niterói manifesta apoio a Talíria
Benny Briolly (Psol), vereadora em Niterói e postulante a reeleição, disse saber bem o que as ameaças feitas a Talíria significam. Principalmente, em razão de diversas violências de gênero que sofreu ao longo de seu mandato.
“Não iremos tolerar e abaixar a cabeça pra tamanho absurdo. O projeto político que temos Talíria representa o nosso povo, todos aqueles e aquelas que acreditam em um mundo melhor para os nossos e as nossas. Nossa luta é muito maior do que imaginam, quando tentam nos derrubar, eles também mexem com todos os movimentos que representamos. Por isso é que estaremos juntas, de mãos dadas, pra fazer uma campanha ainda mais forte. Não seremos intimidadas, continuaremos fazendo o nosso trabalho”, afirmou Benny.
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O vereador Paulo Eduardo Gomes (Psol), igualmente candidato a reeleição, manifestou apoio à Talíria.
“Não admitiremos intimidação e não vamos recuar. Continuaremos com nossa atuação propositiva e fiscalizadora. Não vão nos calar! Toda solidariedade e força para a querida companheira Talíria Petrone”, disse.
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Professor Túlio, também vereador e candidato a reeleição, classificou como grave a ameaça de morte feita à Talíria.
“Toda minha solidariedade a minha amiga Talíria Petrone e sua família. Não vamos recuar! Vamos derrotar o ódio em Niterói”, declarou.