
Criminosos sequestram ônibus no Engenho Novo e criam barricadas | Reprodução/TV Globo
Dois ônibus foram sequestrados nesta quarta-feira (15) no Engenho Novo, Zona Norte do Rio de Janeiro, e utilizados como barricadas. O caso ocorreu na Rua Barão do Bom Retiro, envolvendo as linhas 638 (Marechal Hermes x Praça Saens Peña) e 353 (Gardênia Azul x Terminal Gentileza). Além disso, objetos foram incendiados para impedir o acesso de policiais.
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De acordo com o sindicato Rio Ônibus, este foi o oitavo sequestro de coletivos registrado em 2025. Em nota, a entidade reiterou a urgência de reforçar a segurança na cidade.
“É imprescindível garantir o direito de ir e vir dos cidadãos”, afirmou.
Ação policial e consequências imediatas
A Polícia Militar informou que agentes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro do São João atuaram para conter a situação.
Os criminosos fugiram para dentro da comunidade após abandonarem um dos ônibus na Rua Álvaro.
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O coletivo foi removido da pista pelos policiais para liberar o trânsito. Não houve confronto ou feridos durante a operação, mas o policiamento foi intensificado na região.
Moradores relatam frequentes tiroteios no bairro, que antes era considerado tranquilo. Um deles descreveu:
“Tiraram uma vizinha de dentro do ônibus para incendiá-lo. Dia sim, dia não, enfrentamos situações assim”.
Histórico de violência no Engenho Novo
Na última segunda-feira (13), outros quatro ônibus foram sequestrados na região. Os veículos das linhas 239, 383, 623 e 636 foram usados para bloquear a Avenida Marechal Rondon. Os criminosos também colocaram uma caçamba de lixo no meio da via, agravando os transtornos para os moradores.
Conflito entre facções e impactos na comunidade
O Engenho Novo e bairros vizinhos, como Vila Isabel, vivem sob o impacto de uma guerra territorial entre as facções Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP). O Morro dos Macacos, localizado na área, é estratégico para o tráfico de drogas devido à proximidade com o Parque Nacional da Tijuca, que conecta a Zona Norte à Zona Oeste.
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Em janeiro, Vila Isabel foi palco de demonstrações simbólicas dessa disputa. Uma bandeira de Israel, associada ao TCP, foi hasteada no alto da comunidade, enquanto pichações ligadas ao CV apareceram nas ruas.
Violência e temor entre moradores
Moradores relatam uma rotina de medo. Em Vila Isabel, fragmentos de balas foram encontrados em várias partes do bairro. Um projétil atingiu o quarto de uma criança no Grajaú, e outra mulher foi baleada dentro de casa durante um confronto. Ela foi levada ao Hospital Federal do Andaraí e a ocorrência registrada na 20ª DP.
“Não temos mais paz no Engenho Novo”, lamentou uma moradora.
Outra descreveu:
“É impossível viver no Rio de Janeiro. Estamos sob tensão constante”.