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Conheça a niteroiense que viralizou na web ao falar ao contrário

Foto: Divulgação

Em um domingo qualquer do mês de fevereiro, um perfil no Instagram abordava pessoas na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo, perguntando uma curiosidade que alguém tinha para lhe contar. E coube a uma niteroiense falar algo realmente curioso. A fluência em falar ao contrário. E a reportagem do Portal Folha do Leste conversou com a dona dessa façanha, a atriz Marcela Galvão, que fez o vídeo chegar a incríveis 4 milhões de visualizações em apenas uma semana.

Com formação em Letras pela UFRJ e Artes Cênicas pelo Centro de Artes de Laranjeiras (CAL), Marcela recorda que esse costume surgiu aos 12 anos quando ia para a escola. Moradora do Fonseca, na Zona Norte niteroiense, ela prestava atenção às placas da Alameda São Boaventura até chegar ao Colégio Nossa Senhora das Mercês, também no bairro. Mas a percepção de que o costume seria um “idioma” surgiu quando ela estava em um ônibus a caminho do Centro da cidade.

“Eu lembro que uma vez o ônibus parou na frente de algum portão que estava escrito ‘Não Estacione’. E eu li ‘Enoicatse noã’. E eu achei aquilo tão legal que eu falei assim: ‘Gente, isso dava um idioma, hein?’. Aí eu pensei: ‘Cara, se eu fizer isso sem ler, isso vira uma língua própria’. Então comecei a pegar palavrinhas de três letras. Pia, cão, lua. Fui fazendo sem ler. Depois fui fazendo com quatro. Mas assim, eu não ficava louca do treino toda hora pensando, não. Foi indo naturalmente”, comenta.

Dialeto nos palcos

Atualmente, Marcela mora em São Paulo. Atriz profissional, percebeu que o público de stand-up era um nicho para explorar. E o estalo disso foi a participação dela no quadro Caldeirola, no programa Caldeirão no Mion.

“O Caldeirola era um quadro onde a pessoa mostrava habilidades doidas. Nunca imaginei falar isso ao contrário. Quando eu já era influente nisso, na adolescência, muitos diziam para eu participar do Se Vira nos 30 com o Faustão. Eu ria porque achava algo fora do normal. Mas a partir dessa participação no programa do Marcos Mion, as portas se abriram. Teve esse vídeo no Instagram, essa reportagem de agora e a forma como isso entrou nos meus shows, algo que nem cogitava”, revelou.

Foto: acervo pessoal.

Outro ponto que a atriz detalha, foi quando percebeu que seria uma boa ideia fazer graça com esse costume.

“Fiz um workshop com um comediante de quem sou muito fã, o André Pateta. Nisso, ele falou para cada um: ‘Vai lá no palco, sobe e faça um negócio que você acha que vai dar certo, mas que nunca fez antes. E nessa dinâmica, ele nem deu tempo para pensar. Comecei a fazer graça falando ao contrário, invertendo o nome da plateia e a brincar interagindo com o público. Todos começaram a gargalhar. Resolvi testar numa show meu, meio que sem compromisso, e a galera foi à loucura de tanto rir. A partir disso, comecei a fazer isso nas minhas apresentações”, acrescenta.

Nomes ao contrário viram piadas

Marcela fala que uma coisa certeira para fazer o público rir é a fala de nomes ao contrário. A partir dessa situação, a atriz constrói as piadas.

“Eu falo, por exemplo, Tiago é Ogait, Vítor é Rotiv. Se for Víctor, com C, é Rotvic, Felipe é Epilef, daí já falo piada: ‘Epilef, ataque epiléptico’. Ou então: “Tem um Rafael aqui? Olha, teu nome ao contrário é Laeraf. Ih! Temos um vilão da Disney’. E chega um momento que eu interajo com pessoas com o nome difícil. Aí quando vai falar qual é o nome, eu brinco: ‘Ah, teu nome já está ao contrário’. Essa parte é o ápice do show”, afirma.

Demonstrando acompanhar a chance do Brasil ganhar um Oscar, nem Fernanda Torres escapou das piadas, como é possível ver no vídeo abaixo.

Marcela vai apresentar seu stand-up no Rio de Janeiro no dia 29 de março no Solar Comedy, em Botafogo na Zona Sul do Rio. Informações sobre  horários e venda de ingressos serão divulgados nos próximos dias no Instagram @solarcomedyclub.

Antes de finalizar a entrevista, a reportagem perguntou como ela iria chamar se fosse o salgado com queijo e presunto coberto por uma massa caso fosse a uma lanchonete. A resposta, além de direta, foi, naturalmente, de trás para frente.

“Onailat, moc azetrec!”, afirmou às risadas.

Ou melhor, “sadasir sá”. Afinal, se é para falar ao contrário, então é preciso inverter também a crase.

 

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