
Dani Balbi e Flávio Serafini – Foto: Arquivo/Alerj
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Parlamentares alinhados ideologicamente com a vereadora manifestaram apoio à psolista. A deputada Dani Balbi que, assim como Briolly, é uma mulher transexual, afirmou que houve crime de transfobia.
“A vereadora, uma mulher negra e transexual, foi atacada no exercício do seu mandato, por apoiadores de um vereador de oposição que, com o dedo em riste, cometeram uma série de arbitrariedades. Crimes ao pleno exercício do mandato parlamentar, inclusive desrespeitando sua identidade de gênero”, disse.

Dani Monteiro Foto: Rafael Wallace/Alerj
O motivo do tumulto teria sido as vestimentas usadas por Benny Briolly. A deputada Dani Monteiro (PSol), disse que este tipo de violência é comum em casas legislativas pelo Brasil.
“Benny tem uma contribuição ímpar para Niterói e todo o estado. A violência que ela sofreu ontem, é comum nas casas legislativas. Ela é uma mulher reconhecida pela luta em prol dos direitos humanos, de pessoas LGBTQIA+ e no combate à intolerância religiosa”, afirmou.
Já o deputado Flávio Serafini (PSol), acusou os opositores de Briolly de estarem a usando como “escada”.
“Minha total solidariedade à vereadora Benny por essa situação de transfobia que ela foi obrigada a passar ontem. Se eles querem modificar as vestimentas dos homens [na Câmara Municipal], que façam esse debate, mas que não utilizem uma mulher transexual e negra como escada”, disse.
Entenda o caso
Na semana passada, dia 14, o cidadão Antônio Carlos de Almeida Souza, protocolou uma representação ao Conselho de Ética da Câmara contra a vereadora Benny Briolly. O motivo: a roupa utilizada pela parlamentar na Sessão do dia 13/9.
A princípio, de acordo com as informações apuradas pela nossa reportagem, Antônio Carlos estaria na galeria do plenário. Lá, a equipe de Benny realizava filmagens da Sessão. O cidadão teria entendido que a equipe da parlamentar estaria lhe filmando, reagindo em contrário. Isso, gerou a reação da vereadora, que partiu em direção à galeria, tendo de ser contida por seguranças e colegas parlamentares para que a confusão não chegasse às vias de fato.
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Segundo Benny Briolly, o regimento interno da Câmara Municipal de Niterói não aponta nenhum tipo de vestimenta aos parlamentares. Ela afirma que a sessão plenária de ontem chegou a ser encerrada após o que considerou como “hostilização”, em atos recorrentes de ameaças e agressões. Todavia, disse que, ontem, os “atos misóginos foram além”.
“Fui impedida ontem de sair, pois alguns homens tentaram me agredir. A sessão teve até que ser encerrada, tudo isso porque a Comissão de Ética da Casa recebeu uma denúncia falando da minha roupa. Eles querem proibir este corpo de estar atuando aqui dentro e para isso tentam me linchar. Mas não vamos desistir. Este corpo aqui fala e grita por um projeto de sociedade que é pela vida das mulheres”, desabafa Benny Briolly, que foi hostilizada e agredida verbalmente por apoiadores de vereadores bolsonaristas incentivados por um protesto contra a roupa dela usada no plenário”, declarou.