A tragédia aérea que chocou o país em Vinhedo, interior de São Paulo, ganha novos contornos com a análise de um especialista em meteorologia. Humberto Barbosa, do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), aponta as condições climáticas extremas como a principal suspeita para a queda do avião da Voepass.
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Após minuciosa análise de dados e imagens de satélite, Barbosa reconstruiu, minuto a minuto, o último voo da aeronave. A conclusão é alarmante: o avião enfrentou uma verdadeira “montanha-russa” climática, com nuvens supercongeladas, ventos fortes e turbulências severas.
“A aeronave passou por uma zona de turbilhonamento, com nuvens de até 40°C negativos e ventos de 53 km/h. Essa combinação letal pode ter levado à formação de gelo nas asas, comprometendo a sustentação do avião”, explica o meteorologista.
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As imagens de satélite revelam um cenário caótico, com nuvens do tipo Cirrocumulus, típicas de ambientes com muita umidade. Essa umidade, aliada às baixas temperaturas, criou as condições perfeitas para a formação de gelo nas asas da aeronave.
“É como se o avião tivesse voado direto para dentro de um freezer”, compara Barbosa. “A formação de gelo nas asas é um dos maiores pesadelos dos pilotos, pois ela altera drasticamente as características de voo da aeronave.”
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As imagens da queda, que mostram o avião girando em torno de seu eixo em uma posição conhecida como “parafuso chato”, reforçam a hipótese da perda de sustentação. Essa manobra desesperada do piloto indica que ele estava tentando recuperar o controle da aeronave, mas sem sucesso.
É importante ressaltar que essa é apenas uma das hipóteses levantadas pelas investigações. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) ainda está analisando os dados da caixa preta e outros fatores que podem ter contribuído para o acidente.