
Momento em que gerente do Itaú Personalité impede cliente de sair da agência. Foto: reprodução.
Uma situação que ocorreu em 16 de janeiro deste ano sem solução até esta reportagem. Este é o cenário de Berta Mourad, cliente de uma agência do Itaú, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Na ocasião, ela foi questionar na unidade da Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 581, o que considerava débitos irregulares na conta corrente e foi impedida, junto com a filha, de sair do local.
A filha de Berta, a jornalista e atriz Myriam Jehane, falou com o portal Folha do Leste sobre o episódio. Por volta das 15 horas, o gerente do banco, identificado como Daniel, as tratou, de acordo com o relato delas, de forma desdenhosa a ambas, afirmando que as cobranças estavam no contrato, sem oferecer explicações adicionais.
Depois de três horas de tentativa de resolução, Jehane afirma que no momento em que saíam da agência, o gerente bloqueou a saída, alegando que as mulheres deveriam apagar supostas gravações de vídeo. A filha da cliente afirma que não tinham feito qualquer registro. Foi a partir disso que outra cliente presente à agência filmou a ação do funcionário.
De acordo com Jehane, o Itaú demonstrou desdém ao lidar com o caso, chegando a oferecer um valor simbólico para encerrar o assunto, após 19 dias de impasses e negociações infrutíferas.
“Eles me trataram como idiota. Foi um empurra-empurra clássico. Não levaram a sério o caso envolvendo minha mãe idosa, que foi agredida e sofre essa violência toda. Isso demonstra o que realmente pensam dos clientes: números, dígitos. Só recebemos as desculpas somente após insistência. Isto soou como um mero protocolo do bando, pois não houve solução prática. Tampouco uma retratação pública”, queixou-se.
Um dos vídeos pode ser visto abaixo.
denúncia na Delegacia do Idoso e no Procon
Jehane acrescenta ainda que durante o BO na 12DP, as provas da cena flagrantes, foram ignorados no registro. Ela explica que ficou confusa sobre a quem estariam de fato protegendo, pois afirma que os policiais também impediram que ela e a mãe saíssem do local.
Outra denúncia que ela faz é sobre a postura dos policiais civis da delegacia do bairro, a 12ª DP. Jehane afirma que os agentes ignoraram o material e classificaram a situação como “fato atípico”.
A própria idosa questionou a situação:
“Eles estavam agindo em prol do banco ou do gerente? Por que instruíram à testemunha a obstrução das provas ainda dentro da agência? Quem de fato foi protegido ali?”, questiona Berta.
Diante do que alega ter sido uma “inércia” da polícia, a jornalista buscou apoio na Delegacia do Idoso. Segundo ela, o policial responsável deu um atendimento respeitoso a elas.
“O policial Júlio Cesar Pereira, oficial de cartório, ouviu as partes e comunicou o delegado, que constatou que havia sido cometido um crime e abriu procedimento, com conclusão prevista para o dia 17 de fevereiro”, afirmou Jehane.
Ela também afirmou que denunciou o banco ao Procon, que tem dado todo o apoio necessário na questão do direito do consumidor.
Posicionamento do Itaú e da polícia Civil
O portal Folha do Leste procurou as assessorias do banco Itaú e da Polícia Civil, que, neste caso, explicou que o registro da ocorrência aconteceu na 12ª DP e , posteriormente, encaminharam a denuncia à Delegacia do Idoso.
“Houve registro na 12ª DP (Copacabana), como medida assecuratória de direito futuro. O caso foi transferido para a Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade (Deapti) e todos os envolvidos já foram ouvidos. Outras diligências estão em andamento para apurar as circunstâncias dos fatos”, informou a assessoria da Polícia Civil em nota.
A assessoria do Itaú informou lamentar o episódio e explica que tomou “todas” as providências possíveis para resolver o caso.
“O Itaú Unibanco lamenta o ocorrido e afirma que tomou todas as medidas necessárias para resolução do caso tendo, inclusive, feito as conversas necessárias com a cliente após o evento. O banco reafirma seu compromisso de oferecer atendimento de qualidade e seguro aos clientes”, respondeu em nota.