A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Polícia Federal (PF) firmaram uma parceria para combater a manipulação de resultados no futebol brasileiro. A colaboração visa agilizar a investigação de casos suspeitos e garantir a lisura das competições.
A iniciativa é fruto da criação da Unidade de Integridade do Futebol Brasileiro pela CBF neste ano. A unidade, em conjunto com as diretorias da entidade, vem trabalhando na esteira dos casos denunciados no ano passado pelo Ministério Público de Goiás nas Operações Penalidade Máxima 1 e 2.
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A parceria entre CBF e PF consiste no compartilhamento de informações relevantes para as investigações. A CBF fornece relatórios de inteligência, súmulas das partidas e histórico dos jogadores, além de dados do Passaporte do Futebol, sistema criado para monitorar atletas, treinadores, árbitros e corpo técnico.
A troca de informações conta com a participação das diretorias de Competições, Jurídica, Governança e Conformidade, Registro, Transferência e Licenciamento da CBF. As provas compartilhadas pela entidade passam a integrar as investigações da PF, junto com os materiais apreendidos pela própria polícia.
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O primeiro grande resultado da parceria foi a Operação Jogo Limpo, deflagrada na quarta-feira (26). A ação apura possível manipulação de resultado de uma partida válida pela Série D do Campeonato Brasileiro, disputada no interior de São Paulo no início de junho.
A investigação teve início após um ofício da CBF encaminhando um relatório da Sportradar, empresa especializada em detecção de fraudes em apostas, à PF. O documento reportou movimentação anormal de apostas que indicava que um determinado time perderia o primeiro tempo da partida por ao menos dois gols.
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A equipe visitante sofreu três gols no primeiro tempo, um deles contra. Integrantes e ex-integrantes do time são alvos da operação. As investigações mostram que o clube contratou vários jogadores agenciados por uma empresa após acertar uma parceria.
Se comprovados, os crimes contra a incerteza do resultado esportivo podem resultar em pena de dois a seis anos de reclusão pela Lei Geral do Esporte. O caso também chamou a atenção pela rapidez entre a denúncia e a ação da PF.