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Calcificação arterial: Desafios e soluções

O envelhecimento da população brasileira destaca a importância da saúde cardiovascular, sendo a calcificação arterial um desafio significativo.

Dr. Francisco Fonseca, cardiologista, destaca a inevitabilidade da rigidez arterial com a idade, mas enfatiza a prevenção multifatorial, incluindo hábitos saudáveis e a vitamina K2 (Menaquinona-7).

Esta vitamina regula o metabolismo de cálcio, evitando seu depósito nas artérias. A abordagem integrada, combinando dieta, exercícios e suplementação quando necessário, pode controlar a calcificação arterial e promover uma saúde cardiovascular duradoura.

Envelhecer com saúde e qualidade de vida é um desejo compartilhado por muitas pessoas e, nesse processo, a saúde cardiovascular assume um papel importante.

Estamos vivendo mais

Dados do IBGE mostram que a população brasileira já vive mais: em média 77 anos. Ao passo que alcançamos essa idade, o sistema cardiovascular passa a sofrer com mudanças naturais, como é o caso da calcificação arterial que agrava a incidência de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e doença arterial periférica.

Mas nem tudo são más notícias, pois é possível retardar estas mudanças incluindo hábitos alimentares saudáveis, prática de atividades físicas e o uso de Menaquinona-7, conhecida como vitamina K2, na rotina.

O Dr. Francisco Antonio Helfenstein Fonseca, cardiologista e professor do Departamento de Medicina da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-UNIFESP), explica que apesar de o cálcio ser o principal mineral encontrado nos ossos e dentes, sua presença não se restringe apenas a esses órgãos. Cerca de 1% do cálcio total do corpo é encontrado no sangue e, com o avanço da idade, depósitos desse mineral podem ocorrer em várias partes do corpo.

Esse processo, conhecido como calcificação arterial, causa o enrijecimento e o estreitamento das paredes das artérias (íntimas), prejudicando a circulação sanguínea e aumentando os problemas no sistema circulatório. Embora a rigidez nas artérias seja inevitável com o envelhecimento, outros fatores de risco podem agravar a doença, como estilo de vida sedentário, histórico familiar, tabagismo, diabetes, hipertensão arterial e insuficiência renal. Essa condição danifica a elasticidade natural das artérias, restringe o fluxo sanguíneo e prejudica o suprimento de oxigênio e nutrientes para os tecidos e órgãos”, explica o especialista.

O Dr. Francisco Fonseca relata que a prevenção da calcificação arterial deve ser multifatorial.

Corpo ativo em qualquer idade

O ideal é que sejam combinados a alimentação adequada, a prática regular de atividades físicas e o monitoramento dos exames cardiológicos. Além disso, incluir a vitamina K2 na dieta do paciente contribui para a redução dos problemas decorrentes da calcificação arterial.

A Menaquinona-7, na forma de Menaeptenona, atua como regulador do metabolismo de cálcio, ajudando a direcionar o mineral para os ossos e evitando que ele se deposite nas paredes arteriais”, detalha o cardiologista.

Natto: Prato da culinária japonesa

No entanto, essa vitamina está presente em poucos alimentos – nem sempre acessíveis. Exemplo de fonte de K2 é o Natto, iguaria tradicional japonesa feita com soja fermentada.

A suplementação entra como ferramenta para suprir essa falta. Se o paciente for diabético, ter histórico de insuficiência renal, infarto ou outros problemas cardiológicos, o risco de desenvolver a calcificação arterial é muito maior. Desse modo, o médico já pode orientar o paciente a iniciar o consumo da vitamina K2 com a dosagem adequada, de acordo com os riscos individuais”

Vitamina K2, suplementação é importante

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SOCESP), as doenças cardiovasculares somam 400 mil mortes por ano, representando 30% de todos os óbitos do país.

A calcificação arterial é uma condição desafiadora que pode acarretar diversos problemas ainda mais sérios e irreversíveis, mas com o tratamento adequado, assim como a orientação e o acompanhamento médico, esse quadro pode ser controlado”, finaliza o professor da UNIFESP, Dr. Francisco Antonio Helfenstein Fonseca

 

Imagens: Canva

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