JustiçaLeste Fluminense

“Cabeça do CV”, de Niterói, e outros traficantes, vão para presídio federal

Na manhã desta segunda-feira (19), como um raio que rompe em meio ao céu claro, o juiz Marcel Laguna Duque Estrada decidiu transferir 26 presos das facções criminosas mais poderosas do Rio de Janeiro, Niterói e Baixada Fluminense para unidades prisionais federais por, pelo menos, três anos.

Entre os detentos, figuras conhecidas no submundo do crime e responsáveis por liderar o tráfico de drogas em diversas comunidades, está Carlos Vinicius Lírio da Silva, o Cabeça do CV. O chefe das regiões de São Lourenço e da Zona Norte de Niterói, acusado de participar do fracassado plano de fuga em um helicóptero em 2022.

Em sua fundamentação, o magistrado afirmou que tais transferências são necessárias para proteger a segurança pública. Os presos que serão enviados às penitenciárias federais são líderes relevantes de organizações criminosas de alta periculosidade e atuantes na desestabilização da segurança em nosso estado.

A medida visa dificultar que essas figuras do crime organizado articulem novos planos de fuga e executem crimes de dentro das unidades prisionais. Afinal, o sistema penitenciário federal é altamente rigoroso e diminui bastante a possibilidade de ordens de lideranças extramuros serem executadas.

Dentre os criminosos transferidos, estão nomes como Alexandre Jorge do Nascimento, o Jason, acusado de matar 40 pessoas na Baixada, e André Costa Bastos, o Boto, um dos chefes da milícia na região de Jacarepaguá e Recreio.

Com essa decisão, a cúpula da milícia e do tráfico no Rio de Janeiro está em alerta. Os dias seguintes podem ser de tensão e alguns cidadãos, que já viram esse filme antes, temem possíveis represálias por parte das facções criminosas.

 

Os transferidos

 

  • Alcimar Pereira dos Santos, o Veludo, da Vila Vintém (é acusado de matar policiais. Ele foi transferido para Bangu um após a fuga de três presos em janeiro)
  • Aleksandro Rocha da Silva, o Sam da Caicó (ex-chefe da Covanca – acusado de mais de uma dezena de homicídios)
  • Alex Marques de Melo, o Léo Serrote (chefe da invasão ao Morro do São Carlos em 2020. Foi preso numa casa fazendo reféns)
  • Alexandre Jorge do Nascimento, o Jason (suspeito de matar 40 pessoas na Baixada)
  • Alexandre Silva de Almeida, o Solinha (é ex-integrante da milícia do Zinho, na Zona Oeste)
  • Anderson Rocha da Silva, o Russão (irmão de Sam da Caicó)
  • Anderson Venâncio Nobre de Souza, o Piu (é responsável pelo tráfico na Lapa é apontado como braço do traficante Abelha)
  • André Costa Bastos, o Boto (é um dos chefes da milícia na região de Jacarepaguá e Recreio, dava ordens para ataques na Curirica e no Terreirão)
  • Avelino Gonçalves Lima, o Alvinho (é chefe do Povo de Israel, quadrilha que pratica extorsões de dentro das cadeias)
  • Carlos Vinícius Lírio da Silva, o Cabeça do Sabão (é um dos mentores do sequestro do helicóptero para tentar resgatar presos em Bangu, em 2022)
  • Charles Silva Batista, o Charles do Lixão (é apontado como um dos chefes na Favela do Lixão, em Caxias; voltou de presídio federal em 2021)
  • Edmilson Gomes Menezes, o Macaquinho (é chefe da milícia da Praça Seca e do Campinho)
  • Eliezer Miranda Joaquim, o Criar (é chefe do tráfico de favelas em Belford Roxo)
  • Emerson Brasil da Silva, o Raro (é chefe do tráfico do Complexo da Pedreira)
  • Francio da Conceição Batista, o Nolita (é chefe do tráfico da Comunidade Santa Rosa)
  • Geovane da Silva Mota, o GG (é ex-integrante da milícia de Zinho)
  • Luís Carlos Moraes de Souza, o Monstro (é chefe do tráfico de favelas de Macaé e do Morro do Urubu)
  • Luiz André Ribeiro Fiuza (traficante internacional preso em 2005)
  • Luiz Cláudio Serrat Correa, o Claudinho CL (é chefe do tráfico do Cajueiro)
  • Luiz Fernando do Nascimento Ferreira, o Nando do Bacalhau (é chefe do tráfico do Chapadão)
  • Marcelo de Almeida Farias Sterque, o Marcelinho Merendiba (conseguiu fugir do Complexo de Gericinó em janeiro e acabou recapturado em abril)
  • Marcelo Santos das Dores, o Menor P (é chefe do tráfico no Complexo da Maré)
  • Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, o My Thor (é um dos principais chefes do Comando Vermelho; voltou de um presídio federal em 2021)
  • Robson Aguiar de Oliveira, Binho (é chefe do tráfico do Morro do Engenho)
  • Rodrigo dos Santos, o Latrell (é ex-integrante da milícia do Zinho, principal braço armado do grupo)
  • Samuel de Freitas e Silva, o Samuca (é um dos chefes do tráfico do Pavão-Pavãozinho, mentor de ataques à UPP)

Você também pode gostar

Deixar uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais em:Justiça