Bruno Henrique é investigado, em operação, por manipulação em jogo para beneficiar familiares em apostas esportivas. Gaeco e PF cumprem mandados de busca. Foto: Marcello Zambrana – AFP
A operação SPOT-FIXING, deflagrada na manhã desta terça-feira (5), investiga o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, por envolvimento em manipulação de apostas esportivas. De acordo com a apuração, o jogador teria “agido deliberadamente” em partida contra o Santos, no último dia 1º de novembro, para ser punido com um cartão, permitindo que familiares lucrassem com apostas realizadas antecipadamente.
Investigação aponta manipulação intencional
Durante a disputa entre Flamengo e Santos, realizada pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro, Bruno Henrique recebeu um cartão amarelo e, logo em seguida, um cartão vermelho, no segundo tempo, após ofender o árbitro. Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e a Polícia Federal, o incidente teria sido planejado para beneficiar familiares e conhecidos do atleta que apostaram em sua punição.
Mandados de busca e apreensão
Equipes do Gaeco e da Polícia Federal cumpriram 12 mandados de busca e apreensão em várias residências e estabelecimentos comerciais, incluindo a casa de Bruno Henrique, na Barra da Tijuca, e sua sala no Centro de Treinamento do Flamengo, o Ninho do Urubu. Outros alvos da operação foram empresas em Lagoa Santa (MG) das quais o atleta é sócio.
Familiares e amigos entre os investigados
Os mandados foram direcionados também a familiares e pessoas próximas ao jogador. Entre os investigados estão o irmão de Bruno Henrique, Wander Nunes Pinto Junior; sua cunhada Ludymilla Araújo Lima; a prima Poliana Ester Nunes Cardoso; além de amigos e ex-jogadores com vínculo com o atleta. Segundo as autoridades, esses envolvidos teriam criado contas em sites de apostas antes da partida para lucrar com o recebimento de cartões pelo jogador.
Apostas suspeitas monitoradas
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informou que detectou um volume incomum de apostas relacionadas a punições do jogador. Investigadores apontaram que, em ao menos duas casas de apostas, cerca de 90% dos palpites incluíam a previsão de que Bruno Henrique seria punido com um cartão. Esse percentual é considerado atípico, já que o histórico do jogador indicava uma média de punição de apenas 20%.
Material apreendido e andamento da investigação
Os mandados de busca resultaram na apreensão de celulares, computadores e documentos dos investigados. O MPDFT e a Polícia Federal seguem analisando os materiais apreendidos para identificar mais informações sobre a manipulação de apostas e confirmar possíveis novos envolvidos.
Consequências legais
Os suspeitos, incluindo Bruno Henrique, podem ser acusados por crimes de fraude esportiva e corrupção passiva e ativa, segundo a Lei Geral do Esporte. Caso outras manipulações sejam confirmadas, eles também poderão responder por lavagem de dinheiro e associação criminosa. A operação recebe apoio do Gaeco do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
Siga o Folha do Leste no Instagram!
Curta e siga o Folha do Leste no Facebook!
